Perfil de dispensação da toxina botulínica para tratamento da espasticidade: dados nacionais brasileiros

Autores

  • Tae Mo Chung Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clinicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Adriana Moro Universidade Federal do Paraná. Hospital de Clínicas.
  • Ana Paula Coutinho Fonseca Instituto de Fisiatria, Reabilitação e Tratamento da Dor
  • Arquimedes de Moura Ramos Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clinicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Cristiane Lima Carqueja Centro Catarinense de Reabilitação
  • Denise Rodriques Xerez Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Serviço de Medicina Física e Reabilitação
  • Eduardo Freire de Oliveira Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clinicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Gláucia Somensi de Oliveira Alonso Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Lucia Helena Costa Mercuri Granero Universidade Federal de São Paulo
  • Luiz Antonio de Arruda Botelho Universidade Federal de São Paulo. Setor de Bloqueio Químicos
  • Maurício Rassi Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo
  • Patrícia Zambone da Silva Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Hospital São Lucas
  • Sérgio Lianza Santa Casa de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas. Departamento de Ortopedia
  • Sonia Maria Carneiro Chaves Centro Médico e de Reabilitação Guilherme Chaves

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20160001

Palavras-chave:

Toxinas Botulínicas, Espasticidade Muscular/reabilitação, Políticas Públicas de Saúde, Brasil

Resumo

Os fisiatras especializados no tratamento de espasticidade foram reunidos para um painel de discussão a respeito do uso de toxina botulínica (TB) na rede pública de diferentes estados do Brasil. Os dados analisados durante a discussão do Datasus demonstram um baixo perfil de demanda desse produto dispensado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com uma heterogeneidade na distribuição da TB nos estados brasileiros. Esse quadro parece se configurar principalmente por falta de uma política pública devidamente planejada, como a falta de unificação e normatização dos centros de distribuição, pela falta ou inadequação da remuneração do procedimento de aplicação da TB aos centros de tratamento, de modo padronizado pela tabela SUS e escassez de médicos capacitados para realizá-lo junto à falta de centros de reabilitação multidisciplinar habilitados. O uso de toxina botulínica com finalidade terapêutica no Brasil teve início nos anos 90, para tratamento de distonia e de espasticidade. Atualmente, é empregada em diferentes condições clínicas, porém, apesar da crescente demanda e indicações ao longo dos anos, há poucos relatos ou publicações sobre seu uso e benefício para pacientes atendidos pela Sistema Único de Saúde (SUS). Para abordar esse tema, em maio de 2015, na cidade de São Paulo, fisiatras de diferentes estados do Brasil se encontraram e discutiram a relevância da toxina botulínica no tratamento de espasticidade.

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Publicado

2016-03-07

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Chung TM, Moro A, Fonseca APC, Ramos A de M, Carqueja CL, Xerez DR, et al. Perfil de dispensação da toxina botulínica para tratamento da espasticidade: dados nacionais brasileiros. Acta Fisiátr. [Internet]. 7º de março de 2016 [citado 19º de abril de 2024];23(1):1-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/137599