Tecnologias assistivas: aspectos que influenciam na assiduidade e no abandono dos recursos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i4a163858

Palavras-chave:

Aparelhos Ortopédicos, Membros Artificiais, Cadeiras de Rodas, Terapia por Exercício, Terapia Ocupacional

Resumo

As tecnologias assistivas são recursos utilizados para potencializar habilidades funcionais e proporcionar autonomia e independência. Pessoas com deficiência possuem a garantia de acesso a esses recursos, com prescrição de profissionais dos serviços de reabilitação do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Verificar aspectos envolvidos com a adesão e abandono de órteses, próteses e cadeiras de rodas. Método: Trata-se de um estudo transversal, os dados foram coletados através de uma entrevista estruturada que questiona o processo de prescrição, benefícios e continuidade ou abandono de uso dos equipamentos. A população do estudo foi de indivíduos de 18 a 80 anos que receberam tecnologias assistivas dispensadas no período de janeiro a dezembro de 2017 através de um Centro Especializado em Reabilitação, município de Santa Maria - RS. Resultados: Em 2017 foram dispensadas 400 equipamentos, sendo entrevistadas 31 pessoas desse quantitativo, pois muitos dos beneficiados não residem no município, não consentindo em participar. As 31 pessoas receberam 38 equipamentos, sendo 6 cadeiras motorizadas, 13 manuais, 8 próteses de membro inferior, 1 de membro superior, 7 órteses de membro inferior e 3 de membro superior. Destes equipamentos, 20 continuam sendo utilizados e 18 foram abandonados. Os benefícios mais relatados foram a melhor estabilidade e a facilitação do deslocamento propiciada pelos recursos. Conclusão: A maioria dos beneficiários foram adultos e idosos, sendo que a cadeira manual e a prótese de membro inferior foram os equipamentos mais dispensados. Foi verificado que houve significativo número de abandono sugerindo que ocorreram inadequações no momento da prescrição, resultando no abandono.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Organização Mundial de Saúde. Relatório mundial sobre a deficiência. São Paulo: SEDPcD; 2012.

Oliveira LMB. Cartilha do Censo Demográfico de 2010. Brasília (DF): SDH-PR/SNPD; 2012.

Gaudenzi P, Ortega F. Problematizando o conceito de deficiência a partir das noções de autonomia e normalidade. Ciên Saúde Colet. 2016;21(10):3061-70. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152110.16642016

Brasil. Lei n. 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF): 2015 Jul 7; Seção 1:2-11.

Bersch R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI; 2013.

Silva MGC. Causas de abandono de dispositivos de tecnologia assistiva [Monografia]. Brasília: Universidade de Brasília; 2016.

Parant A, Schiano-Lomoriello S, Marchan F. How would I live with a disability? Expectations of bio-psychosocial consequences and assistive technology use. Disabil Rehabil Assist Technol. 2017;12(7):681-5. DOI: https://doi.org/10.1080/17483107.2016.1218555

Federici S, Meloni F, Borsci S. The abandonment of assistive technology in Italy: a survey of National Health Service users. Eur J Phys Rehabil Med. 2016;52(4):516-26.

Ferreira ABH. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1999.

Scherer MJ, Federici S. Why people use and don't use technologies: Introduction to the special issue on assistive technologies for cognition/cognitive support technologies. NeuroRehabilitation. 2015;37(3):315-9. DOI: https://doi.org/10.3233/NRE-151264

Costa CR, Ferreira FMRM, Bortolus MV, Carvalho MGR. Dispositivos de tecnologia assistiva: fatores relacionados ao abandono. Cad Ter Ocup UFSCar. 2015; 23(3):611-24. DOI: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAR0544

Carvalho FS, Kunz VC, Depieri TZ, Cervelini R. Prevalência de amputação em membros inferiores de causa vascular: análise de prontuários. Arq Ciênc Saúde. 2005;9(1):23-30. DOI: https://doi.org/10.25110/arqsaude.v9i1.2005.215

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à pessoa amputada. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013.

Santos KT, Soglia L. Sustentando-se nas lesões: problemas ocasionados pela biomecânica incorreta de próteses/órteses e cadeira de rodas. Rev EFDeport. 2012:16(164).

Feldhaus LC. Estudo e otimização do envoltório externo das próteses de antebraço [Monografia]. Pato Branco: Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 2017.

Tavares PC, Tormes LH, Araújo RA, Torres BR. Intervenção protética em amputação de membros superiores (MMSS). In: X Encontro de Iniciação à Docência; 2000; Recife. Anais. Recife: Universidade Federal do Pernambuco; 2000.

Bittencourt ZZLC, Cheirad DC, Montilha RCI, Gasparetto MERF. Expectativa quanto ao uso de tecnologia assistiva. Jorsen. 2016;16(S1):492-6.

Lustosa LP, Andrade MAP, Araújo MRN, Bonolo PF, Campos TVO, Araújo VL. Uso terapêutico de tecnologias assistivas: direitos das pessoas com deficiência e habilidade física e motora. Belo Horizonte: Nescon; 2015.

Scatolim RB, Santos JEG, Landim PC, Toledo TG, Fermino SCM, Cardozo D, et al. Legislação e tecnologias assistivas: aspectos que asseguram a acessibilidade dos portadores de deficiências. Rev NEaD-Unesp. 2016;2(1):227-48.

Downloads

Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Missio MM, Queiroz LF de. Tecnologias assistivas: aspectos que influenciam na assiduidade e no abandono dos recursos. Acta Fisiátr. [Internet]. 31º de dezembro de 2018 [citado 19º de abril de 2024];25(4):185-90. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/163858