Efeitos a longo prazo na capacidade funcional de indivíduos com hemiplegia pós acidente vascular cerebral que participaram de um programa de condicionamento físico: follow-up 6 meses

Autores

  • Fernanda Melo Oliveira Instituto de Medicina Física e Reabilitação, Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Livia Maria dos Santos Sabbag Instituto de Medicina Física e Reabilitação, Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Flavio Rodrigo Cichon Instituto de Medicina Física e Reabilitação, Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-0757-6200
  • Cristiane Gonçalves Mota Instituto de Medicina Física e Reabilitação, Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0001-8596-8712

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v26i2a165638

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Exercício, Equilíbrio Postural, Força Muscular, Seguimentos

Resumo

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de mortes e incapacidade no mundo, tendo como uma das principais sequelas a fraqueza muscular, que afeta a mobilidade física e, consequentemente, as atividades da vida diária. A prática de exercício é muito importante para essa população por contribuir para o aumento da força muscular e melhora da capacidade funcional. Objetivo: Verificar se as pessoas com hemiplegia após acidente vascular cerebral mantiveram os resultados obtidos após um programa de exercícios, realizado em uma instituição de reabilitação e identificar quais as barreiras por eles encontradas para continuar a prática de exercícios. Método: Trata-se de um estudo intervencionista, longitudinal, com acompanhamento de 24 semanas. Cinco participantes (55,8 ± 10,5 anos) com AVC crônico foram avaliados quanto a força muscular, equilíbrio postural, força e resistência de membros inferiores, adesão à prática de exercícios e as possíveis barreiras para continuidade dessa prática. Resultados: Após 24 semanas de seguimento, os participantes apresentaram aumento da força muscular nos membros inferiores e não houve diferença para capacidade funcional. As principais barreiras identificadas para continuidade na prática de exercícios foram: dor ou desconforto, falta de interesse em praticar exercício físico, de conhecimento e possuir alguma limitação física. Conclusão: O exercício em domicílio parece ser um método eficaz para manutenção e aumento da força muscular. Há necessidade de mais estudos com estratégias de baixo custo, que visem mudanças no comportamento para obter, melhora na capacidade física dessas pessoas, após a participação em um programa de exercícios.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Sacco RL, Kasner SE, Broderick JP, Caplan LR, Connors JJB, Culebras A, et al. An updated definition of stroke for the 21st century: a statement for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2013;44(7):2064-89. DOI: https://doi.org/10.1161/STR.0b013e318296aeca

American Stroke Association [homepage na internet]. Dallas: AHA; c2019 [cited 2019 Aug 9]. Availble from: https://www.strokeassociation.org/en/about-stroke/types-of-stroke

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE; 2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

Winstein CJ, Stein J, Arena R, Bates B, Cherney LR, Cramer SC, Deruyter F, et al. Guidelines for Adult Stroke Rehabilitation and Recovery: A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2016;47(6):e98–e169. DOI: https://doi.org/10.1161/STR.0000000000000098

Brogårdh C, Lexell J. Effects of cardiorespiratory fitness and muscle-resistance training after stroke. PM R. 2012;4(11):901-7. DOI: https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2012.09.1157

Thomaz A, Brito CMM. Condicionamento físico pós acidente vascular encefálico. In: Yazbek Junior P, Sabbag LMS, Battistella LR. Tratado de reabilitação: diretrizes nas afecções cardiovasculares, neuromusculares e musculoesqueléticas. São Paulo: Phorte, 2010.

Bale M, Strand LI. Does functional strength training of the leg in subacute stroke improve physical performance? A pilot randomized controlled trial. Clin Rehabil. 2008;22(10-11):911-21. DOI: https://doi.org/10.1177/0269215508090092

Sims J, Galea M, Taylor N, Dodd K, Jespersen S, Joubert L, et al. Regenerate: assessing the feasibility of a strength-training program to enhance the physical and mental health of chronic post stroke patients with depression. Int J Geriatr Psychiatry. 2009;24(1):76–83. DOI: https://doi.org/10.1002/gps.2082

Ouellette MM, LeBrasseur NK, Bean JF, Phillips E, Stein J, Frontera WR, et al. High-intensity resistance training improves muscle strength, self-reported function, and disability in long-term stroke survivors. Stroke. 2004;35(6):1404-9. DOI: https://doi.org/10.1161/01.STR.0000127785.73065.34

Flansbjer UB, Miller M, Downham D, Lexell J. Progressive resistance training after stroke: effects on muscle strength, muscle tone, gait performance and perceived participation. J Rehabil Med. 2008;40(1):42–8. DOI: https://doi.org/10.2340/16501977-0129

Flansbjer UB, Lexell J, Brogårdh C. Long-term benefits of progressive resistance training in chronic stroke: a 4-year follow-up. J Rehabil Med. 2012;44(3):218–21. DOI: https://doi.org/10.2340/16501977-0936

Miller KK, Porter RE, DeBaun-Sprague E, Van Puymbroeck M, Schmid AA. Exercise after stroke: patient adherence and beliefs after discharge from rehabilitation. Top Stroke Rehabil. 2017;24(2):142-8. DOI: https://doi.org/10.1080/10749357.2016.1200292

Podsiadlo D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(2):142-8. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.1991.tb01616.x

Melo TA, Duarte ACM, Bezerra TS, França F, Soares NS, Brito D. Teste de Sentar-Levantar Cinco Vezes: segurança e confiabilidade em pacientes idosos na alta da unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):27-33. DOI: http://dx.doi.org/10.5935/0103-507x.20190006

Libardi CA, Spiller ES, Oliveira Junior AV, Pessoti ER, Montebelo MIL, Cesar MC. Comparação de testes de 1RM e 10RM em homens jovens treinados. Saude Rev. 2007;9(22):31-7.

Nascimento MA, Cyrino ES, Nakamura FY, Romanzini M, Pianca HJC, Queiróga MR. Validation of the Brzycki equation for the estimation of 1-RM in the bench press. Rev Bras Med Esporte. 2007;13(1):47-50. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922007000100011

Sousa AW. Avaliação do nível de atividade física diária e fatores preditores em crianças asmáticas da cidade de São Paulo [Dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2012.

Lund C, Dalgas U, Grønborg TK, Andersen H, Severinsen K, Riemenschneider M, et al. Balance and walking performance are improved after resistance and aerobic training in persons with chronic stroke. Disabil Rehabil. 2018;40(20):2408-15. DOI: https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1336646

Vahlberg B, Cederholm T, Lindmark B, Zetterberg L, Hellström K. Short-term and long-term effects of a progressive resistance and balance exercise program in individuals with chronic stroke: a randomized controlled trial. Disabil Rehabil. 2017;39(16):1615-22. DOI: https://doi.org/10.1080/09638288.2016.1206631

Fernandez-Gonzalo R, Fernandez-Gonzalo S, Turon M, Prieto C, Tesch PA, García-Carreira MC. Muscle, functional and cognitive adaptations after flywheel resistance training in stroke patients: a pilot randomized controlled trial. J Neuroeng Rehabil. 2016;13:37. DOI: https://doi.org/10.1186/s12984-016-0144-7

Lee YH, Park SH, Yoon ES, Lee CD, Wee SO, Fernhall B, et al. Effects of combined aerobic and resistance exercise on central arterial stiffness and gait velocity in patients with chronic poststroke hemiparesis. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(9):687-95. DOI: https://doi.org/10.1097/PHM.0000000000000233

Lamberti N, Straudi S, Malagoni AM, Argirò M, Felisatti M, Nardini E, et al. Effects of low-intensity endurance and resistance training on mobility in chronic stroke survivors: a pilot randomized controlled study. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(2):228-239. DOI: https://doi.org/10.23736/S1973-9087.16.04322-7

Gama GL, Trigueiro LCT, Simão CR, Sousa AVC, Souza e Silva EMG, Galvão ERVP, et al. Effects of treadmill inclination on hemiparetic gait: controlled and randomized clinical trial. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(9):718-27. DOI: https://doi.org/10.1097/PHM.0000000000000240

Kim H, Kim YL, Lee SM. Effects of therapeutic Tai Chi on balance, gait, and quality of life in chronic stroke patients. Int J Rehabil Res. 2015;38(2):156-61. DOI: https://doi.org/10.1097/MRR.0000000000000103

Cruz LD, Cardoso CV, Mota CV, Silveira PM, Miyahara KL,Terao T, et al. Resultados de um programa de exercíciosfísicos para indivíduos com hemiplegia pós acidentevascular encefálico. Acta Fisiatr. 2018;25(2):60-2. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i2a162576

Cardoso CV, Cruz LD, Mota CV, Miyahara KL, Sabbag LMS. Resultados de um programa de condicionamento físico para indivíduos com hemiplegia após acidente vascular encefálico: comparação de dois métodos de intervenção. Acta Fisiatr. 2018;25(3). DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i3a162673

Aidar FJ, Oliveira RJ, Matos DG, Mazini Filho ML, Moreira OC, Oliveira CE, et al. A randomized trial investigating the influence of strength training on quality of life in ischemic stroke. Top Stroke Rehabil. 2016;23(2):84-9. DOI: https://doi.org/10.1080/10749357.2015.1110307

Ivey FM, Prior SJ, Hafer-Macko CE, Katzel LI, Macko RF, Ryan AS. Strength training for skeletal muscle endurance after stroke. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2017;26(4):787-94. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2016.10.018

Mota CG. Avaliação do impacto de um programa de exercícios físicos para pessoas com síndrome de Down [Dissertação]. São Paulo. Universidade de São Paulo; 2017.

Picorelli AMA, Pereira DS, Felício DC, Gomes DA, Dias RC, Pereira LSM. Adesão de idosas a um programa de exercícios domiciliares pós-treinamento ambulatorial. Fisioter Pesqui. 2015;22(3):291-308. DOI: https://doi.org/http://dx.doi.org/10.590/1809-2950/13997522032015

Silva NM, Silva LWS, Squarcini CFR, Santos A, Santos RS, Santos LC, et al. Fatores que dificultam a não adesão à prática regular de atividade física em pessoas idosas. Rev Kairós Gerontol. 2016;19(1):9-26. DOI: https://doi.org/10.23925/2176-901X.2016v19i1p9-26

Ashmawi HA. Dor no idoso. Rev Dor. 2015;16(3):161. DOI: https://doi.org/10.5935/1806-0013.20150031

Garcia JBS, Barbosa Neto JO, Amâncio EJ, Andrade ETF. Dores neuropáticas centrais. Rev Dor.2016;17(Suppl 1):S67-71. DOI: https://doi.org/10.5935/1806-0013.20160052

Downloads

Publicado

2019-06-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Efeitos a longo prazo na capacidade funcional de indivíduos com hemiplegia pós acidente vascular cerebral que participaram de um programa de condicionamento físico: follow-up 6 meses. Acta Fisiátr. [Internet]. 30º de junho de 2019 [citado 29º de março de 2024];26(2):88-94. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/165638