Fatores associados ao uso clínico da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde por fisioterapeutas: estudo survey exploratório

Autores

  • Fernanda Moura Vargas Dias Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Bruna Emanoela Moraes de Souza Albuquerque Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Amanda Aparecida Oliveira Leopoldino Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais - FCMMG
  • Fernando Rodrigues Gabler Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
  • Lucas Rodrigues Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v28i1a181986

Palavras-chave:

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Fisioterapeutas, Capacitação Profissional

Resumo

Objetivo: Identificar os fatores contextuais (i.e., fatores pessoais e fatores relacionados ao trabalho) associados ao uso clínico da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) por fisioterapeutas. Métodos: Foi realizado um estudo exploratório do tipo survey. O questionário Barreiras pessoais e ambientais para implementação da CIF por fisioterapeutas” foi enviado aos fisioterapeutas do Espírito Santo, Brasil. Análise de regressão logística foi usada para explorar associações entre características pessoais e organizacionais com educação, atitudes, crenças, interesses, percepção de suporte e disponibilidade de recursos no ambiente de trabalho para uso da CIF na prática clínica.  Resultados: A taxa de resposta para a maioria das análises foi 46% (n= 59). Seis características explicaram 35% da variação associada a interesses, atitudes e crenças para o uso da CIF (X²= 16.6, p= 0.01). Três características explicaram 24% da variação associada à educação para o uso da CIF (X²= 8.9, p= 0.03). Três características explicaram 61% da variação associada à percepção de suporte e disponibilidade de recursos para o uso da CIF (X²= 30.5, p<0.01). A barreira mais citada foi dificuldade ao aplicar a CIF para avaliar pacientes (62%). Conclusão: Os fisioterapeutas possuem atitudes positivas em relação ao uso da CIF, mas a grande maioria não recebeu formação acadêmica adequada e reporta autoeficácia insuficiente para seu uso na prática clínica. É necessária a adoção de uma infraestrutura organizacional que endosse o uso clínico da CIF alinhada à modificação nos currículos de formação e capacitação continuada.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Sampaio RF, Luz MT. Funcionalidade e incapacidade humana: explorando o escopo da classificação internacional da Organização Mundial da Saúde. Cad Saúde Pública 2009;25(3):475-83. Doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000300002

Cerniauskaite M, Quintas R, Boldt C, Raggi A, Cieza A, Bickenbach JE, et al. Systematic literature review on ICF from 2001 to 2009: its use, implementation and operationalisation. Disabil Rehabil. 2011;33(4):281-309. Doi: https://doi.org/10.3109/09638288.2010.529235

Di Nubila HBV, Buchalla CM. O papel das Classificações da OMS - CID e CIF nas definições de deficiência e incapacidade. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(2):324-35. Doi: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2008000200014

Sampaio RF, Mancini MC, Gonçalves, GGP, Bittencourt NFN, Miranda AD, Fonseca ST. Aplicação da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Rev Bras Fisioter. 2005;9(2):129-36.

World Health Organization. International Classification of Functioning, Disability and Health, resolution WHA 54.21. Geneva: WHO; 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde - CNS. Resolução n. 452, de 10 de Maio de 2012. Resolve que a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF seja utilizada no Sistema Único de Saúde, inclusive na Saúde Suplementar. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasilia (DF); 2012 Jun 6; Seção 1: 137.

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO. Resolução nº 370, de 6 de Novembro de 2009. Dispõe sobre a adoção da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial de Saúde por Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 2009 Nov 25; Seção 1: 101.

Jette AM. Moving Research From the Bedside Into Practice. Phys Ther. 2016;96(5):594-6. Doi: https://doi.org/10.2522/ptj.2016.96.5.594

Jelsma J. Use of the International Classification of Functioning, Disability and Health: a literature survey. J Rehabil Med. 2009;41(1):1-12. Doi: https://doi.org/10.2340/16501977-0300

Pernambuco AP, Lana RC, Polese JC. Knowledge and use of the ICF in clinical practice by physiotherapists and occupational therapists of Minas Gerais. Fisioter Pesqui. 2018;25(2):134-42. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-2950/16765225022018

Salbach NM, Jaglal SB, Korner-Bitensky N, Rappolt S, Davis D. Practitioner and organizational barriers to evidence-based practice of physical therapists for people with stroke. Phys Ther. 2007;87(10):1284-303. Doi: https://doi.org/10.2522/ptj.20070040

Nascimento LR, Fernandes MOP, Teixeira-Salmela LF, Scianni AA. Personal and organizational characteristics associated with evidence-based practice reported by Brazilian physical therapists providing service to people with stroke: a cross-sectional mail survey. Braz J Phys Ther. 2020;24(4):349-57. Doi: https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2019.05.003

McMahon S, Cusack T, O'Donoghue G. Barriers and facilitators to providing undergraduate physiotherapy clinical education in the primary care setting: a three-round Delphi study. Physiotherapy. 2014;100(1):14-9. Doi: https://doi.org/10.1016/j.physio.2013.04.006

Antcliff D, Keeley P, Campbell M, Oldham J, Woby S. The development of an activity pacing questionnaire for chronic pain and/or fatigue: a Delphi technique. Physiotherapy. 2013;99(3):241-6. Doi: https://doi.org/10.1016/j.physio.2012.12.003

Almeida MHM, Spínola AWP, Lancman S. Técnica Delphi: validação de um instrumento para uso do terapeuta ocupacional em gerontologia. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2009;20(1):49-58. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v20i1p49-58

Green LW, Ottoson JM, García C, Hiatt RA. Diffusion theory and knowledge dissemination, utilization, and integration in public health. Annu Rev Public Health. 2009;30:151-74. Doi: https://doi.org/10.1146/annurev.publhealth.031308.100049

Diniz D, Medeiros M, Squinca F. Reflexões sobre a versão em Português da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Cad Saúde Pública. 2007;23(10):2507-10. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001000025

Vaz DV, Antunes AAM, Furtado SRC. Tensões e possibilidades no campo da reabilitação sob a ótica dos estudos da deficiência. Cad Bras Ter Ocup. 2019;27(4):917-28. Doi: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoarf1651

Othero MB, Dalmaso ASW. Pessoas com deficiência na atenção primária: discurso e prática de profissionais em um centro de saúde-escola. Interface. 2009;13(28):177-88. Doi: https://doi.org/10.1590/S1414-32832009000100015

Glanz, K, Rimer BK, Viswanath K. Health behavior and health education: theory, research, and practice. 4th ed. San Francisco: John Wiley & Sons; 2008.

Bandura A. Health promotion by social cognitive means. Health Educ Behav. 2004;31(2):143-64. Doi: https://doi.org/10.1177/1090198104263660

Downloads

Publicado

2021-03-31

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Dias FMV, Albuquerque BEM de S, Leopoldino AAO, Gabler FR, Nascimento LR. Fatores associados ao uso clínico da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde por fisioterapeutas: estudo survey exploratório. Acta Fisiátr. [Internet]. 31º de março de 2021 [citado 16º de abril de 2024];28(1):36-42. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/181986