Concessão dos benefícios assistenciais para pessoas com paralisia cerebral no Brasil: tendência temporal e análise espacial

Autores

  • Marcus Valerius Peixoto Universidade Federal de Sergipe https://orcid.org/0000-0001-9047-5875
  • Natan Tainá Pereira Gomes Universidade Federal de Sergipe
  • Carla Suzanne Pereira Sousa Universidade Federal de Sergipe
  • Aline Matos dos Santos Universidade Federal de Sergipe
  • Andrezza Marques Duque Universidade Federal de Sergipe https://orcid.org/0000-0002-8775-1565

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v30i1a203003

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral, Seguridade Social, Proteção Social em Saúde, Criança, Brasil

Resumo

Objetivo: Analisar a tendência temporal e distribuição espacial dos benefícios concedidos para as pessoas com Paralisia Cerebral. Método: Estudo ecológico em que foram incluídos os benefícios concedidos às pessoas com Paralisia Cerebral, nos períodos de 2004 a 2016, no Brasil. Os dados foram coletados do Instituto Nacional de Seguridade Social e Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Utilizou-se o software Join Point Regression, 4.5.0.1, sendo as tendências classificadas em decrescente; crescente e estacionária. Na distribuição espacial foi realizada Análise Exploratória de Dados Espaciais com o software QGIS versão 3.18. Resultados: Observou-se uma tendência decrescente do BPC do ano de 2004 até o ano de 2016, no Brasil. Na região Norte o número de concessões aumentou de 2004-2010, mas, após isso, houve um decréscimo. Já as regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste apresentaram tendência decrescente em todo o período analisado. Na análise espacial, as regiões Norte e Nordeste apresentaram maior frequência de BPC proporcionalmente à população com pessoas até 19 anos, aos domicílios e às famílias com até um salário mínimo nas unidades federativas do Brasil. Conclusão: Foi possível observar a diminuição de concessões do BPC em todas as regiões do país no período de 2004 a 2016. As regiões que possuem os índices mais elevados de distribuição do BPC são Nordeste e Norte, reconhecidamente, as que possuem os maiores indicadores de pobreza e extrema pobreza do país.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social. Benefício de Prestação Continuada da Assistencia Social [texto na Internet]. Brasilia: MDS [citado 2022 janeiro 20]. Disponível em: http://www.mds.gov.br/relcrys/bpc/indice.htm

Santos TVM. Pobreza multidimensional e os beneficiários do BPC: uma comparação entre estratos de renda per capita [Monografia]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 2017.

Stopa R. O direito constitucional ao Benefício de Prestação Continuada (BPC): o penoso caminho para o acesso. Serviço Soc Soc. 2019;135:231-48. Doi: https://doi.org/10.1590/0101-6628.176

Costa NR, Marcelino MA, Uhr D, Duarte CMR. Proteção social e pessoa com deficiência no Brasil. Cien Saude Colet 2016;21(10):3037-47. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.18292016

Costa NR. Burocracia pública e política social no Brasil. Cien Saude Colet 2017;22(11):3505-14. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.19952017

Rosenbaum Rosenbaum P. Family and quality of life: key elements in intervention in children with cerebral palsy. Dev Med Child Neurol. 2011;53 Suppl 4:68-70. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1469-8749.2011.04068.x

Graham HK, Rosenbaum P, Paneth N, Dan B, Lin JP, Damiano DL, et al. Cerebral palsy. Nat Rev Dis Primers. 2016;2:15082. Doi: https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.82

Duarte CMR, Marcelino MA, Boccolini CS, Boccolini PMM. Proteção social e política pública para populações vulneráveis: uma avaliação do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC no Brasil. Cienc Saude Colet. 2017;22(11):3515–26. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.22092017

Vaitsman J, Lobato LVC. Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência: barreiras de acesso e lacunas intersetoriais. Cienc Saude Coletiva 2017;22(11):3527-36. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.20042017

Sabariego C. Aprimoramento da política pública com foco na funcionalidade: avaliações e reflexões sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) no Brasil. Cien Saude Colet 2017;22(11):3494. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.23602017

Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10. 3 ed. São Paulo: EDUSP; 1996.

Ribeiro CJN, Santos AD, Lima SVMA, Silva ER, Ribeiro BVS, Duque AM, et al. Space-time risk cluster of visceral leishmaniasis in Brazilian endemic region with high social vulnerability: an ecological time series study. PLoS Negl Trop Dis. 2021;15(1):e0009006. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0009006

Brasil. Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. Introdução à Estatística Espacial para Saúde Pública. Brasília-DF: Ministério da Saúde; 2007.

Pereira EL, Bezerra JC, Brant JL, Araújo WN, Santos LMP. Perfil da demanda e dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC) concedidos a crianças com diagnóstico de microcefalia no Brasil. Cien Saude Colet. 2017;22(11):3557-66. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.22182017

Felicíssimo MF, Friche AAL, Xavier CC, Proietti FA, Neves JAB, Caiaffa WT. Posição socioeconômica e deficiência: “Estudo Saúde em Belo Horizonte, Brasil”. Cienc Saude Colet. 2017;22(11):3547-56. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320172211.22432017

Peixoto MV, Duque AM, Santos AD, Lima SVAM, Gonçalves TP, Novais APS, et al. Spatial analysis of cerebral palsy in children and adolescents and its association with health vulnerability. Geospat Health. 2020;15(1). Doi: https://doi.org/10.4081/gh.2020.817

Melo MRB, Monte PA. Rendimentos e desigualdade de renda no Brasil: 2004-2012. Rev Econômica. 2015;16(2):115-31.

Peixoto MVS, Duque AM, Carvalho S, Gonçalves TP, Novais APS, Nunes MAP. Características epidemiológicas da paralisia cerebral em crianças e adolescentes em uma capital do nordeste brasileiro. Fisioter Pesqui. 2020;27(4):405–12. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-2950/20012527042020

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da vulnerabilidade social nos municípios brasileiros. Brasília: IPEA, 2015.

Correia VD, Salimene ACM. Perfil social de crianças e jovens com paralisia cerebral em um centro de reabilitação física. Acta Fisiátr. 2016;23(1):16–9. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20160004

Emerson E. The world report on disability. J Appl Res Intellect Disabil. 2012;25(6):495-6. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1468-3148.2012.00693.x

Peixoto MVS, Duque AM, Santos AD, Lima SVMA, Ribeiro CJN, Voci SM, et al. Risk factors for cerebral palsy in brazilian children: a Case-Control Study. Res Soc Dev. 2021;10(5):e35710515075. Doi: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15075

Downloads

Publicado

2023-03-31

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Peixoto MV, Gomes NTP, Sousa CSP, Santos AM dos, Duque AM. Concessão dos benefícios assistenciais para pessoas com paralisia cerebral no Brasil: tendência temporal e análise espacial. Acta Fisiátr. [Internet]. 31º de março de 2023 [citado 23º de abril de 2024];30(1):21-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/203003