Aumento da carga de osteoartrite no Brasil de 2000 a 2017: resultados do Estudo Global de Carga de Doenças (GBD), 2017

Autores

  • Amanda Aparecida Oliveira Leopoldino Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG
  • Fabricio Melo Bertolini Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG
  • Juliano Vilela Dalia Mesquita Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG
  • Ewerton Cousin Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
  • Valéria Maria de Azeredo Passos Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v27i2a169409

Palavras-chave:

Osteoartrite, Carga Global da Doença, Prevalência

Resumo

A osteoartrite (OA) é uma das principais causas de doenças osteomusculares e a segunda causa de incapacidade relacionada ao trabalho entre homens adultos. Existem poucos estudos brasileiros de base populacional. Objetivo: Investigar a carga de OA na população brasileira (50+ anos), de 2000 a 2017. Método: Estudo descritivo das estimativas de OA obtidas em colaboração com o estudo Global Burden of Disease 2017. Como a OA não é causa de óbito, descrevemos a prevalência e anos vividos com incapacidade (YLDs), representando a carga da doença (DALYs). Comparamos as métricas do Brasil com país em desenvolvimento da América Latina (Chile) e países desenvolvidos, com ou sem sistema de saúde pública (Inglaterra e Estados Unidos). Resultados: O número de casos no Brasil quase dobrou de 2000 para 2017. Todos os países apresentaram crescente prevalência padronizada por idade. O Brasil apresentou as menores taxas e aumento (9%) no período. A OA foi da 14ª para 12ª causa de incapacidade entre 2000 e 2017, naqueles de 50 a 69 anos e em 2017. As taxas de YLD de 100.000 habitantes aumentaram mais de três vezes, em homens e mulheres, entre aqueles com 50 a 54 anos e em indivíduos acima de 80 anos. O envelhecimento associou-se a claro aumento da incapacidade para ambos os sexos e anos analisados. Conclusão: Essa primeira estimativa do ônus da OA no Brasil destaca a importância dessa causa de incapacidade para os formuladores de políticas de saúde e chama a atenção para a necessidade de mais investimentos em pesquisa.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Wittenauer R, Smith L, Aden K. Osteoarthritis. In: Kaplan W, Wirtz VJ, Mantel-Teeuwisse A, (ed). Priority medicines for Europe and the World-- 2013 Update. Geneva: World Health Organization; 2013 [cited 2020 May 5]. Available from: https://www.who.int/medicines/areas/priority_medicines/back_paper_bp6_/en/

Perrot S. Osteoarthritis pain: pathophysiology, diagnosis, and management. In: International Association for the Study of Pain. 2016 Global Year Against Pain in the Joints. Yokohama: IASP; 2016. [cited 2020 May 5]. Available from: https://s3.amazonaws.com/rdcms-iasp/files/production/public/Content/ContentFolders/GlobalYearAgainstPain2/2016/FactSheets/English/13.%20Osteoarthritis%20Pain.pdf

Buckwalter JA, Saltzman C, Brown T. The impact of osteoarthritis: implications for research. Clin Orthop Relat Res. 2004;(427 Suppl):S6-15. Doi: https://doi.org/10.1097/01.blo.0000143938.30681.9d

O'Neill TW, McCabe PS, McBeth J. Update on the epidemiology, risk factors and disease outcomes of osteoarthritis. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2018;32(2):312-326. Doi: https://doi.org/10.1016/j.berh.2018.10.007

Machado GPM, Barreto SM, Passos VMDA, Lima-Costa MFF. Projeto Bambuí: prevalência de sintomas articulares crônicos em idosos. Rev Assoc Med Bras. 2004;50(4):367-72. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302004000400024

Senna ER, De Barros AL, Silva EO, Costa IF, Pereira LV, Ciconelli RM, Ferraz MB. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: a study using the COPCORD approach. J Rheumatol. 2004;31(3):594-7.

Pereira AM, Valim V, Zandonade E, Ciconelli RM. Prevalence of musculoskeletal manifestations in the adult Brazilian population: a study using copcord questionnaires. Clin Exp Rheumatol. 2009;27(1):42-6.

World Health Organization. World Health Survey (WHS): report of Brazil. Geneva: WHO; 2003. [cited 2020 May 5]. Available from: https://www.who.int/healthinfo/survey/whsbra-brazil.pdf

Barros MB, Francisco PM, Zanchetta LM, César CL. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Cien Saude Colet. 2011;16(9):3755-68. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1413-81232011001000012

Reis-Neto ET, Ferraz MB, Kowalski SC, Pinheiro GR, Sato EI. Prevalence of musculoskeletal symptoms in the five urban regions of Brazil-the Brazilian COPCORD study (BRAZCO). Clin Rheumatol. 2016;35(5):1217-23. Doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10067-015-2963-5

Bezerra MAM, Hellwig N, Pinheiro G RC, Lopes CS. Prevalence of chronic musculoskeletal conditions and associated factors in Brazilian adults - National Health Survey. BMC Public Health. 2018;18(1):287. Doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-5192-4

Lima-Costa MF, Andrade FB, Roberto P, Souza B, Neri L, Aparecida Y, et al. Study design the Brazilian longitudinal study of aging (ELSI-Brazil): objectives and design. Am J Epidemiol. 2018;2010(16):1345-53. Doi: http://dx.doi.org/10.1093/aje/kwx387

GBD 2017 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 354 diseases and injuries for 195 countries and territories, 1990-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet. 2018;392(10159):1789-1858. Doi: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32279-7

Souza MFM, França EB, Cavalcante A. Burden of disease and health situation analysis: results of the Global Burden of Disease (GBD) Brazil network. Rev Bras Epidemiol. 2017;20Suppl 01(Suppl 01):1-3. Doi: https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050001

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [homepage na Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; c2020 [citado 2020 Maio 5]. Disponivel em: https://www.ibge.gov.br

Cross M, Smith E, Hoy D, Nolte S, Ackerman I, Fransen M, et al. The global burden of hip and knee osteoarthritis: estimates from the global burden of disease 2010 study. Ann Rheum Dis. 2014;73(7):1323-30. Doi: https://doi.org/10.1136/annrheumdis-2013-204763

Palazzo C, Nguyen C, Lefevre-Colau MM, Rannou F, Poiraudeau S. Risk factors and burden of osteoarthritis. Ann Phys Rehabil Med. 2016;59(3):134-138. Doi: https://doi.org/10.1016/j.rehab.2016.01.006

Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev Saúde Pública. 2009;43(33):548–54. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009005000025

Litwic A, Edwards MH, Dennison EM, Cooper C. Epidemiology and burden of osteoarthritis. Br Med Bull. 2013;105:185-99. Doi: http://dx.doi.org/10.1093/bmb/lds038

Veras R. Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(6):887-905. Doi: https://doi.org/10.1590/1981-22562016019.160205

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: proposta de modelo de atenção integral. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2014. [citado 2020 Maio 5]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_cuidado_pessoa_idosa_sus.pdf

March LM, Bagga H. Epidemiology of osteoarthritis in Australia. Med J Aust. 2004;180(S5):S6-10. Doi: https://doi.org/10.5694/j.1326-5377.2004.tb05906.x

Fries JF. Measuring and monitoring success in compressing morbidity. Ann Intern Med. 2003 Sep 2;139(5 Pt 2):455-9. Doi: https://doi.org/10.7326/0003-4819-139-5_part_2-200309021-00015

Grazina R, Andrade R, Bastos R, Costa D, Pereira R, Marinhas J, Maestro A, Espregueira-Mendes J. Clinical Management in Early OA. Adv Exp Med Biol. 2018;1059:111-135. Doi: https://doi.org/10.1007/978-3-319-76735-2_5

Murray CJL, Lopez AD. Measuring global health: motivation and evolution of the Global Burden of Disease Study. Lancet. 2017;390(10100):1460-1464. Doi: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)32367-X

Downloads

Publicado

2020-06-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Leopoldino AAO, Bertolini FM, Mesquita JVD, Cousin E, Passos VM de A. Aumento da carga de osteoartrite no Brasil de 2000 a 2017: resultados do Estudo Global de Carga de Doenças (GBD), 2017. Acta Fisiátr. [Internet]. 30º de junho de 2020 [citado 19º de abril de 2024];27(2):76-81. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/169409