Registros de absenteísmo-doença: o que os conteúdos revelam sobre a funcionalidade de trabalhadores da higienização?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v28i3a171505

Palavras-chave:

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Saúde do Trabalhador, Absenteísmo

Resumo

Objetivo: Utilizar os registros de absenteísmo-doença de trabalhadores de limpeza do setor de higienização de uma instituição de ensino superior para estabelecer um subsídio inicial de conteúdo com as categorias da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Método: Estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo. Foram analisados 2.881 atestados médicos, de trabalhadores de limpeza durante o período de 2010 a 2014, classificados de acordo com a CID-10. Variáveis estudadas: sexo, data admissional e demissional, início e fim do atestado, número de dias de afastamento e códigos da CID-10. A partir das regras propostas por Cieza et al. 2016, em um processo efetuado por três pesquisadoras, estabeleceu-se o conteúdo dos registros de absenteísmo-doença com a CIF. Os dados foram tratados pelo programa IBM SPSS Statistics 2.0. Resultados: Foram identificados 29 conceitos significativos da CID-10, referentes aos 6 capítulos mais frequentes. Vinte e seis deles foram relacionados a 17 categorias da CIF, majoritariamente às funções e estruturas do Corpo, seguido de 1 categoria de Atividades e Participação. Um conceito foi classificado como condição de saúde e 2 como não cobertos pela CIF. Os dados disponíveis não evidenciaram categorias do componente Fatores Ambientais. Conclusão: O conteúdo dos registros de absenteísmo-doença permitiu subsidiar a seleção de categorias da CIF, refletindo os aspectos biofísicos contemplados na CID-10. Porém, para considerar os aspectos biopsicossociais da CIF e da política de saúde do trabalhador, será importante contemplar nos registros de absenteísmo-doença conteúdos referentes as Atividades e Participação e, Fatores Ambientais, nos quais os trabalhadores experenciam sua funcionalidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Santos JP, Mattos AP. Absentismo-doença na prefeitura municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Bras Saúde Ocup. 2010;35(121);148-56. Doi: https://doi.org/10.1590/S0303-76572010000100016

Roelen CA, Koopmans PC, Anema JR, van der Beek AJ. Recurrence of medically certified sickness absence according to diagnosis: a sickness absence register study. J Occup Rehabil. 2010;20(1):113-21. Doi: https://doi.org/10.1007/s10926-009-9226-8

Bortolini SM, Panazolo CA, Debarba LVB, Sampietro RB, Braga DC. Absenteísmo no trabalho por doença no município de Água Doce, Santa Catarina. Rev AMRIGS. 2013;57(2):122-6.

Mascarenhas FAN, Barbosa-Branco A. Incapacidade laboral entre trabalhadores do ramo Correios: incidência, duração e despesa previdenciária em 2008. Cad. Saúde Pública. 2014;30(6):1315-26. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00166512

Gasparini SM, Barreto SM, Assunção AA. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Educ Pesqui. 2005;31(2):189-99. Doi: https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000200003

Cunha JB, Blank VLG, Boing AF. Tendência temporal de afastamento do trabalho em servidores públicos (1995-2005)*. Rev Bras Epidemiol. 2009;12(2):226-36. Doi: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2009000200012

Schreuder JA, Roelen CA, Koopmans PC, Moen BE, Groothoff JW. Effort-reward imbalance is associated with the frequency of sickness absence among female hospital nurses: a cross-sectional study. Int J Nurs Stud. 2010;47(5):569-76. Doi: https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2009.10.002

Leão ALM, Barbosa-Branco A, Rassi Neto E, Ribeiro CAN, Turchi MD. Absenteísmo-doença no serviço público municipal de Goiânia. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):262-77. Doi: https://doi.org/10.1590/1980-5497201500010020

Andrade CB, Monteiro MI. Envelhecimento e capacidade para o trabalho dos trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar. Rev Esc Enferm USP. 2007;41(2):237-44. Doi: https://doi.org/10.1590/S0080-62342007000200009

Mendes R. O impacto dos efeitos da ocupação sobre a saúde de trabalhadores. I. Morbidade. Rev Saúde Pública. 1988;22(4):311-26. Doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89101988000400007

Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 - décima revisão. 3 ed. São Paulo: EDUSP; 1996.

Di Nubila HBV, Buchalla CM. O papel das Classificações da OMS - CID e CIF nas definições de deficiência e incapacidade. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(2):324-35. Doi: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2008000200014

Araújo ES, Buchalla CM. Utilização da CIF em fisioterapia do trabalho: uma contribuição para coleta de dados sobre funcionalidade. Acta Fisiatr. 2013;20(1):1-7. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20130001

CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: EDUSP; 2003.

Battistella LR, Brito CMM. Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Acta Fisiatr. 2002;9(2):98-101. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20020003

Madden R, Sykes C, Ustun TB. World health organization family of international classifications: definition, scope and purpose. Geneva: WHO; 2007.

Yano SRT, Seo ESM. Ferramenta de coleta de dados para análise do absenteísmo e custo direto para a empresa. Interfacehs. 2010:5(2):1-19.

Fontana MB, Paiva RFR, Santos BC, Sharan KO, Moser ADL, Shmeil MAH. Relação entre a Escala de Braden e a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). MTP & Rehab Journal. 2014;12:379-84. Doi: http://dx.doi.org/10.17784/mtprehabjournal.2014.12.219

Scharan KO, Santos BC, Bernardelli RS, Moser ADL. Application of the international classification of functioning, disability and health (ICF) in a therapeutic-educational approach for chronic low back pain. IJDR. 2018;8(1):18631-8.

Cieza A, Fayed N, Bickenbach J, Prodinger B. Refinements of the ICF Linking Rules to strengthen their potential for establishing comparability of health information. Disabil Rehabil. 2019;41(5):574-83. Doi: https://doi.org/10.3109/09638288.2016.1145258

Chillida MS, Cocco MI. Saúde do trabalhador & terceirização: perfil de trabalhadores de serviço de limpeza hospitalar. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(2):271-6. Doi: https://doi.org/10.1590/s0104-11692004000200018

Martarello NA, Benatti MC. Qualidade de vida e sintomas osteomusculares em trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(2):422-8. Doi: https://doi.org/10.1590/s0080-62342009000200023

Andrade DM, Barbosa-Branco A. Sinovite e tenossinovite no Brasil: uma análise dos benefícios auxílio-doença. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):194-207. Doi: https://doi.org/10.1590/1980-5497201500010015

Danatro D. Ausentismo Laboral de causa médica en una institución pública: Montevideo 1994–1995. Rev Med Uruguay. 1997;13(2):101-9.

Simões MRL, Rocha AM. Absenteísmo-doença entre trabalhadores de uma empresa florestal no Estado de Minas Gerais, Brasil. Rev Bras Saúde Ocup. 2014;39(129):17-25. Doi: https://doi.org/10.1590/0303-7657000061112

Penatti I, Zago JS, Quelhas O. Absenteísmo: as conseqüências na gestão de pessoas. In: III SEGeT - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia; 2006; Rio de Janeiro. Anais. Resende: AEDB; 2006. p. 1-11.

Oenning NSX, Carvalho FM, Lima VMC. Indicadores de absenteísmo e diagnósticos associados às licenças médicas de trabalhadores da área de serviços de uma indústria de petróleo. Rev Bras Saúde Ocup. 201;37(125):150-8. Doi: https://doi.org/10.1590/S0303-76572012000100018

Stucki G, Bickenbach J. Functioning: the third health indicator in the health system and the key indicator for rehabilitation. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(1):134-8. Doi: https://doi.org/10.23736/S1973-9087.17.04565-8

Ceccato ADF, Carvalho Junior LCS, Cuissi RC, Monteshi M, Oliveira NG, Padovani CR, et al. Absenteísmo por doença ocupacional de trabalhadores rurais no setor canavieiro. Cad Saúde Pública. 2014;30(10):2169-76. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00026413

Moser AD, Scharan KO, Pereira PA, Passini C.Escola da coluna associada a estabilização segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa. Ter Man. 2012;10(50):364-73.

Brasileiro IC, Moreira TMM, Buchalla CM. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e seu uso no Brasil. Acta Fisiatr. 2013;20(1):37-41. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20130007

Castaneda L, Castro SS. Publicações brasileiras referentes à Classificação Internacional de Funcionalidade. Acta Fisiatr. 2013;20(1):29-36. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20130006

Ruaro JA, Ruaro BM, Souza DE, Fréz AR, Guerra RO. Panorama e perfil da utilização da CIF no Brasil: uma década de história. Rev Bras Fisioter. 2012;16(6):454-62. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-35552012005000063

Downloads

Publicado

2021-09-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Santos BC, Lopes J do CM, Scharan KO, Moser AD de L. Registros de absenteísmo-doença: o que os conteúdos revelam sobre a funcionalidade de trabalhadores da higienização?. Acta Fisiátr. [Internet]. 30º de setembro de 2021 [citado 19º de abril de 2024];28(3):142-8. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/171505