O lugar do campesinato no capitalismo: as múltiplas dimensões do processo de (re)criação de uma classe e de em modo de vida

Autores

  • Anderson Luiz Machado dos Santos Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Fabrício Teló Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRR)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v0i15p145-170

Palavras-chave:

Campesinato, Capitalismo, Classes sociais, Modo de vida

Resumo

Com vistas a superar a visão recorrente de que o campesinato é um sujeito do passado, este trabalho tem por objetivo investigar as seguintes questões: há um lugar para os camponeses no modo de produção capitalista? Como esses sujeitos se recriam neste contexto? As reflexões para responder essas perguntas se estabeleceram a partir da revisão bibliográfica que incorpora a contribuição de pensadores de diversas áreas das ciências humanas, na busca por elementos complementares entre diferentes visões. Assim, estabeleceu-se como hipótese o entendimento de que o campesinato forma historicamente uma classe social e um modo de vida capaz de se recriar em diferentes contextos socioeconômicos, culturais e políticos.  As ponderações presentes neste trabalho levam a compreender que há um lugar para o campesinato no capitalismo, apesar de sua posição de classe subalterna. O que possibilita sua reprodução, mesmo no contexto dos Impérios Alimentares, é sua capacidade de resistência e resiliência, que se manifestam nas múltiplas dimensões do seu modo de vida.

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Publicado

2011-12-07

Como Citar

O lugar do campesinato no capitalismo: as múltiplas dimensões do processo de (re)criação de uma classe e de em modo de vida. (2011). Agrária (São Paulo. Online), 15, 145-170. https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v0i15p145-170