A Nova e Curiosa Relação (1764): escravidão e ilustração em Portugal durante as reformas pombalinas

Autores

  • Tâmis Parron Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1808-8139.v0i8p92-107

Palavras-chave:

escravidão, Iluminismo, identidade nacional

Resumo

O presente artigo analisa o panfleto anônimo lançado em Portugal no ano de 1764 com o título Nova e Curiosa Relação de hum abuzo emendado, ou evidencias da razão; expostas a favor dos Homens Pretos em hum dialogo entre hum letrado, e hum Mineiro. Pouco apreciada na historiografia, a obra encena retoricamente duas concepções intelectuais distintas da escravidão negra: enquanto uma sintetiza argumentos que circulavam desde o início da época das conquistas, como a maldição de Cam, a influência do sol sobre a cor de pele e o título da guerra justa, a outra qualifica tais visões de condenáveis e antiquadas, propondo novas maneiras de compreender o cativeiro negro. Ao final, o artigo procura entender a Nova e Curiosa Relação como diálogo cultural com medidas pombalinas que ampliavam a concessão dos direitos civis a povos não europeus e faz uma breve comparação das transformações por que passavam as concepções do cativeiro no império português com as que ocorriam no império britânico, realçando diferenças e semelhanças que atuariam poderosamente nas crises institucionais dos respectivos impérios.

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Publicado

2008-11-01

Edição

Seção

Artigos