Os conceitos de povo e plebe no mundo luso-brasileiro setecentista

Autores

  • Luisa Rauter Pereira Universidade Federal de Uberlândia; Departamento de História

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1808-8139.v0i11p100-114

Palavras-chave:

liberalismo, vocabulário político, Império português, Iluminismo, idéias políticas

Resumo

No setecentos luso-brasileiro, assistimos ao progressivo desagregamento dos significados tradicionais do Antigo Regime Português: 1) o povo ou os povos como a totalidade de corpo político, os súditos ou vassalos, participantes de uma ordem de cunho místico cujo centro é o monarca; 2) o povo como os "mecânicos" ou o terceiro estado na sociedade de ordens. Tais significados são abalados pelas condições de uma sociedade colonial e escravista e pelas transformações rumo à modernidade que já ocorriam, ainda que timidamente. Neste movimento, a Ilustração e formas de contestação típicas do Antigo Regime português ganham peso, trazendo a idéia de que está nos povos a origem do poder. Além disso, a questão da plebe colonial se agrava, de modo que para muitos contemporâneos a colônia não possui um verdadeiro "povo" apto a participar do sistema político. Quem é o povo nos territórios coloniais passa crescentemente a ser um problema a ser solucionado ou uma aposta no futuro, desmantelando-se a estabilidade semântica de uma sociedade estamental.

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Publicado

2010-05-01

Edição

Seção

Artigos