Racializando a Publicidade de uma paixão nacional: Representatividade negra no segmento de bebidas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-1689.anagrama.2021.180700Palavras-chave:
racismo, consumo, publicidade, representatividadeResumo
Neste trabalho divulgamos parte dos resultados da primeira etapa da pesquisa Racializando a Publicidade: a representatividade negra na comunicação de marcas mais valiosas do Brasil, olhando especificamente para o segmento de bebidas alcoólicas. A partir da Análise de Conteúdo de postagens no Instagram das marcas Antarctica, Brahma e Skol no de 2018, verificamos que a presença de corpos negros ainda é pequena e desproporcional em relação ao percentual de população negra no país, segundo dados do IBGE. A partir disso realizamos algumas reflexões teóricas sobre o tema, a partir do acionamento de conceitos como representatividade, formas de representação, construções do racismo na sociedade de consumo e o lugar da publicidade na construção e afirmação de identidades.
Downloads
Referências
ALMEIDA, S. O que é racismo estrutural?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Ed. 70, 2004.
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CAMPOS, L. A.; FELIX, M. Diversidade Racial e de Gênero na Publicidade Brasileira das Últimas Três Décadas (1987-2017). Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (GEMAA). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2019.
CANCLINI, N. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2008.
CARRASCOZA, J. A. A Cena de consumo: um detalhe da estética publicitária. IN:ROCHA, Rose de Melo; CASAQUI, Vander. Estéticas Midiáticas e Narrativas do Consumo. Porto Alegre: Sulina, 2012.
CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/. Acesso em: ago. 2018.
COLLINS, P. H. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.
CORRÊA, L. G. De corpo presente: o negro na publicidade em revista. 2006. 126f. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – UFMG, Belo Horizonte, 2006.
CORRÊA, L. G. Reflexões sobre a publicidade de homenagem e o dia da consciência negra. IN: BASTISTA, L. L.; LEITE, F. O negro nos espaços publicitários brasileiros: perspectivas contemporâneas em diálogo. São Paulo: ECA-USP: CONE, 2011.
CORRÊA, L. G.; BERNARDES, M. “Quem tem um não tem nenhum”: solidão e sub-representação de pessoas negras na mídia brasileira. IN: Vozes negras em Comunicação: Mídia, Racismos e Violência. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
CORRÊA, L. G. Empoderar pra quê? Corpos e cabelos das mulheres negras na publicidade. IN: LEITE, F.; BATISTA, L. L. Publicidade antirracista: Reflexões, Caminhos e desafios. São Paulo: USP, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/38oXtYQ>. Acesso em: 10 set. 2020.
D’ADESKY, J. Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismo e antirracismos no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
DIOGO, R. Mídia e racismo: ensaios. Belo Horizonte: Mazza Edições. 2014.
DOS SANTOS, A. P.; ESTEVAM, V. S. As comissões de heteroidentificação racial nas instituições federais de ensino: panorama atual e perspectiva. Anais do X Congresso Nacional de Pesquisadores Negros (Copene): (Re)Existência Intelectual Negra e Ancestral. Uberlândia, 2018.
FREYRE, G. O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX. São Paulo: Global Editora, 1979.
HASENBALG, C. A. O negro na publicidade. In: GONZALEZ, L.; HASENBALG, C. A. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982. p. 103-114.
LEÃO, N.; CANDIDO, M.; CAMPOS, L.; JÚNIOR, J. Relatório das desigualdades: Raça, Gênero, Classe. Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (GEMAA). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro. n. 1. 2017.
LEITE, F.; BATISTA, L. L. Publicidade antirracista: Reflexões, caminhos e desafios. São Paulo: Editora USP, 2019.
MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura. Política de cotas raciais, os "olhos da sociedade" e os usos da antropologia: o caso do vestibular da Universidade de Brasília (UnB). Horiz. antropol., Porto Alegre, v. 11, n. 23, p. 181-214, Jun. 2005. Disponível em: https://bit.ly/2TldWXf. Acesso em 16 Jan. 2020.
MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. São Paulo: n-1 edições, 2018.
MCCRACKEN, G. Cultura & consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e das atividades de consumo. Rio de Janeiro: Mauad, 2010.
MIRANDA E MARTINS, C. A. Racismo anunciado: o negro e a publicidade no Brasil. Dissertação (Mestrado). Escola de Comunicação e Artes. – USP, São Paulo, 2010.
MIRANDA E MARTINS, C. A. O consumidor não tem cor, mas negro ele não é. Ou como os negros continuam fora da publicidade mesmo estando dentro do mercado consumidor. IN: IN: LEITE, F.; BATISTA, L. L. Publicidade antirracista: Reflexões, caminhos e desafios. São Paulo: Editora USP, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/38oXtYQ>. Acesso em: 10 set. 2020.
MORENO FERNANDES, P. “É a representação da miscigenação, parem de problematizar”: O racismo na circulação midiática da campanha de natal Chester Perdigão. IN: Vozes negras em Comunicação: Mídia, Racismos e Violência. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
MORENO FERNANDES, P. O Racismo revelado pela ausência: Representatividade negra em anúncios de revista. Anais do XXIX Encontro Anual da Compós, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande - MS, 23 a 25 de junho de 2020. Campo Grande: Compós, 2020a.
MORENO FERNANDES, P. Quanto vale carne mais barata do mercado na publicidade? A representatividade negra na comunicação das marcas mais valiosas do Brasil. XV Congreso de la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC). Medellín: Alaic, 2020b.
MORENO FERNANDES, P.; BELMIRO, D. M. Gênero e raça na comunicação de marcas: A dimensão política do consumo sob uma perspectiva interseccional. Revista observatório, v. 5, p. 855-889, 2019.
RIBEIRO, D. O que é lugar de Fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017
RIOS, R. R. Pretos e pardos nas ações afirmativas: desafios e respostas da autodeclaração e da heteroidentificação. In: DIAS, G. R. M.; TAVARES JUNIOR, P. R. F. Heteroidentificação e cotas raciais: Dúvidas, metodologias e procedimentos. Canoas: IFRS Campus Canoas, 2018.
ROCHA, E. Representações do consumo: estudos sobre a narrativa publicitária. Rio de Janeiro: Ed. PUC Rio, 2006.
SANTOS, R. O racismo sutil na representação afrodescendente na publicidade impressa: Pré e pós-estatuto da igualdade racial. IN: LEITE, F.; BATISTA, L. L. Publicidade antirracista: Reflexões, caminhos e desafios. São Paulo: Editora USP, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/38oXtYQ>. Acesso em: 10 set. 2020.
SCHUCMAN, L. V. Racismo e antirracismo: a categoria raça em questão. Revista Psicologia Política (Impresso), v. 10, p. 41-55, 2010.
SODRÉ, M. Claros e escuros: Identidade, Povo e Mídia e cotas no Brasil.Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
TRINDADE, E. Propaganda, identidade e discurso: brasilidades midiáticas. Porto Alegre: Sulina, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Pablo Moreno Fernandes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.