Para além do colonialismo: a sinuosa confluência entre o Museu Goeldi e os Mebêngôkre

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672022v30d1e30

Palavras-chave:

Museus de história natural, Povos indígenas, Coleção etnográfica, Pesquisa colaborativa, Museologia participativa

Resumo

O artigo apresenta as transformações no relacionamento do Museu Goeldi com os povos indígenas, neste caso, os Mebêngôkre (mais conhecidos como Kayapó), em uma perspectiva de longa duração. A complexidade dessa relação não se resume à mera influência de um darwinismo social que teria acantonado os museus de história natural no papel de agentes
do colonialismo e de ideólogos de um racismo estrutural. Três momentos-chave da construção dos vínculos entre o Museu Goeldi e os Mebêngôkre são analisados: a transição entre o século XIX e o XX, quando missões religiosas eram financiadas pelo Estado e intermediárias obrigatórias entre os indígenas e a sociedade nacional, no intuito de integrá-los à “civilização”; os anos 1930, em que novos movimentos migratórios para a região amazônica e os ditames de uma oligarquia que se fortalecia por meio do controle fundiário – sobretudo em áreas produtoras de castanha-do-pará – ameaçavam a integridade física e territorial desse povo; e, finalmente,
os anos 1980-1990, quando surge uma oposição ao desenvolvimentismo do regime militar, cristalizando-se num modelo socioambiental que reconhece a importância do protagonismo dos
indígenas e das populações tradicionais na Amazônia. Uma vez destacadas as transformações
verificadas na relação entre museus e povos indígenas, conclui-se advogando a importância assumida no século XXI por pesquisas colaborativas e por uma museologia participativa – tanto para sua qualificação científica quanto para a valorização de um saber indígena com profundas repercussões políticas, sociais e ambientais.

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Biografia do Autor

  • Nelson Sanjad, Museu Paraense Emílio Goeldi

    Tecnologista Sênior e Curador das Coleções Documentais Históricas do Museu Paraense Emílio
    Goeldi, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Professor permanente dos Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará e em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emílio Goeldi. E-mail: nsanjad@museu-goeldi.br.

  • Claudia Leonor López-Garcés, Museu Paraense Emílio Goeldi

    Pesquisadora Titular do Museu Paraense Emílio Goeldi. Professora permanente do Programa de Pós-
    -Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emílio Goeldi e Professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará. E-mail: clapez@museu-goeldi.br.

  • Matheus Camilo Coelho, Universidade Federal do Pará

    Historiador; doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará.
    E-mail: mcamilocoelho1@gmail.com

  • Roberto Araújo Santos, Museu Paraense Emílio Goeldi

    Pesquisador Titular do Museu Paraense Emílio Goeldi. Professor permanente do Programa de Pós-
    -Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emílio Goeldi. E-mail: araujo.roberto808@gmail.com.

  • Pascale de Robert, Institut de Recherche pour le Développement

    Pesquisadora do Laboratório Patrimônios Locais, Meio Ambiente e Globalização no Institut de Recherche pour le Développement (IRD) e no Muséum national d’Histoire naturelle (MNHN) em Paris. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emílio Goeldi. E-mail: pascale.derobert@ird.fr.

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Publicado

2022-12-14

Edição

Seção

Museus/Dossiê - 1822-2022: museus e memória da nação

Dados de financiamento

Como Citar

SANJAD, Nelson; LÓPEZ-GARCÉS, Claudia Leonor; COELHO, Matheus Camilo; SANTOS, Roberto Araújo; DE ROBERT, Pascale. Para além do colonialismo: a sinuosa confluência entre o Museu Goeldi e os Mebêngôkre. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 30, p. 1–36, 2022. DOI: 10.1590/1982-02672022v30d1e30. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/191587.. Acesso em: 23 abr. 2024.