Metonímia da conveniência: o entorno de si mesma no caso do tombamento da Igreja da Ordem Terceira do Carmo em São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672022v30e45

Palavras-chave:

Igreja da Ordem Terceira do Carmo em São Paulo, Iphan, Narrativas de seleção, Neocolonial, Entorno, Patrimônio cultural

Resumo

O caso do tombamento da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em São Paulo, em 1996, apresenta os meandros do processo de identificação do patrimônio cultural brasileiro,
evidenciando os embates entre narrativas de seleção que ora ampliam as possibilidades de compreensão do bem cultural, ora reiteram as práticas já consolidadas de reconhecimento do
patrimônio edificado. A discussão perdurou por 38 anos e culminou na seleção de partes da edificação – frontaria, nave, capela-mor, sacristia e compartimentos em estrutura de taipa – caracterizadas enquanto bem tombado e na delimitação das demais fachadas e elementos integrantes da edificação como área de entorno.

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Biografia do Autor

  • Julia da Rocha Pereira, Universidade Federal de Pernambuco

    Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestra em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (MPIphan) e doutora em Desenvolvimento Urbano pela UFPE, tendo sido contemplada com a bolsa SWE – CNPq (doutorado sanduíche) para realização de pesquisa na Itália, na Università degli Studi di Napoli Federico II, no ano de 2018. E-mail: juliarpereira@gmail.com.

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(Memórias do Patrimônio)

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Publicado

2022-11-21

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

PEREIRA, Julia da Rocha. Metonímia da conveniência: o entorno de si mesma no caso do tombamento da Igreja da Ordem Terceira do Carmo em São Paulo. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 30, p. 1–40, 2022. DOI: 10.1590/1982-02672022v30e45. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/192388.. Acesso em: 23 abr. 2024.