Do monumento à ruína: Santo Antônio como um bairro-jardim no Recife

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e37

Palavras-chave:

Bairro-jardim, História urbana, Espaço público

Resumo

O bairro de Santo Antônio, localizado na ilha de Antônio Vaz, reúne uma história ilustrada pela monumentalidade na arquitetura e na arte dos jardins, entre o colonial e o moderno, compondo com a paisagem das águas. Dos atributos naturais nasceram jardins e ruas arborizadas distribuídos por entre as edificações institucionais e religiosas, na sua maioria, dando-lhe especial destaque. Entre os séculos XVIII e XX sofreu transformações urbanas que provocaram alterações de grande magnitude na sua configuração e na sua dinâmica. Ainda hoje, apesar de ser um sítio histórico, constata-se um processo gradual de deterioração resultante da decadência de usos que implicam o abandono das edificações e dos espaços públicos, fazendo-o perecer do monumento à ruína. A título de registro de uma época de glória, este artigo objetiva demonstrar, por meio da história urbana, em que medida as diversas camadas históricas desse palimpsesto, enraizadas de cultura popular, aliadas aos significativos espaços ajardinados caracterizaram
Santo Antônio como um bairro-jardim.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Thais Santos Costa, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano e pesquisadora do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Arquiteta e urbanista pela mesma instituição. Participa do grupo de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Jardins de Burle Marx. E-mail: thaisscosta.26@gmail.com.

  • Antonio Severino Felix Neto, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano na UFPE e pesquisador do Grupo de Estudos sobre o Mercado Fundiário e Imobiliário da mesma instituição (Gemfi/UFPE). Arquiteto e urbanista pela UFPE. E-mail: antoniosfelixneto@hotmail.com.

  • Ana Rita Sá Carneiro, Universidade Federal de Pernambuco

    Professora titular do curso de arquitetura e urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE e coordenadora do Laboratório da Paisagem. É arquiteta e urbanista pela UFPE, mestra em desenvolvimento urbano pela mesma instituição e doutora em arquitetura pela Oxford Brookes University. Líder do grupo de pesquisa do CNPq Jardins de Burle Marx e pesquisadora do grupo de pesquisa do CNPq Pensar Paisagem. E-mail: anaritacarneiro@hotmail.com.

  • Larissa Maria Sotero Pereira, Universidade Federal de Pernambuco

    Arquiteta e urbanista pela UFPE. E-mail: larissa.sotero2019@gmail.com.

Referências

FONTES IMPRESSAS

LAMBERG, Moritz. Rua Nova (antiga Barão da Vitória e João Pessoa). 1880. Arquivo Pedro Corrêa do Lago, c. 014ALAM00214 (Acervo Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro). Disponível em: https://bit.ly/3z3D4a5. Acesso em: 22 fev. 2023.

LAMBERG, Moritz. Rua Primeiro de Março. 1880. Arquivo Pedro Corrêa do Lago, c. 014ALAM00207 (Acervo Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro). Disponível em: http://bit.ly/3ZeriEg. Acesso em: 22 fev. 2023.

MARTINS, Henrique. Rua do Sol, Recife. c. 1914. 1 cartão-postal, monocr., 8,7 × 13,8 cm. Coleção Josebias Bandeira. (Acervo Brasiliana Fotográfica/Fundaj). Disponível em: https://bit.ly/3ZVCAzq. Acesso em: 22 fev. 2023.

PÁTIO do Paraíso, Recife (PE), anos 1930. 2001. Fundo Correio da Manhã (acervo fotográfico), 1901-1974: índice de assuntos. Série BR_RJANRIO_PH_0_FOT. Código 05742_0002. (Arquivo Nacional Brasil, Rio de Janeiro). Disponível em: https://bit.ly/3JzSDen. Acesso em: 26 fev. 2023.

PRAÇA Saldanha Marinho (Arquivo Recife de Antigamente, Recife). 1910. Disponível em: https://bit.ly/40tfhg1. Acesso em: 26 fev. 2023.

VINGBOONS, Johannes. Caerte vande haven van Pharnambocqve met de Stadt Mouritius en Dorp Reciffo ende bijleggende forten met alle gelegenthe den van dien. Atlas de J. Vingboons (Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano – IAHGP, Recife). 1639. Disponível em: http://bit.ly/406UaQi. Acesso em: 26 fev. 2023.

LIVROS, ARTIGOS E TESES

BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014.

COSTA, Thais Santos. Pracinha do Diário: exercício de paisagem de um espaço público pulsante na história do Recife. 2022. Trabalho de Conclusão (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022.

CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. Lisboa: Edições 70, 1983.

GUIMARAENS, Cêça. O fotógrafo Benicio Whatley Dias. Rio de Janeiro: Rio Books, 2019.

HUYSSEN, Andreas. Present pasts: urban palimpsests and the politics of memory. Stanford: Stanford University, 2003.

LACERDA, Norma; ABRAMO, Pedro. O mercado de aluguel de imóveis comerciais em centros históricos brasileiros: implicações da conservação inovadora e da destruição aniquiladora nos preços dos bens patrimoniais. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, São Paulo, v. 22, 2020. DOI: 10.22296/2317-1529.rbeur.202027en.

LOUREIRO, Claudia; AMORIM, Luiz. O mascate, o bispo, o juiz e os outros: sobre a gênese morfológica do Recife. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 3, p. 19-38, 2000. DOI: 10.22296/2317-1529.2000n3p19.

MENEZES, José Luiz da Mota (org.). Atlas histórico cartográfico do Recife. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2017.

MESQUITA, Liana de Barros. Memória dos verdes urbanos do Recife. Cadernos do Meio Ambiente do Recife, Recife, v. 1, 1998.

PICCOLO LORETTO, Rosane. Paraíso & martírios: histórias de destruição de artefatos urbanos e arquitetônicos no Recife. 2008. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008.

PONTUAL, Virgínia. O urbanismo no Recife: entre ideias e representações. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, n. 2, p. 89-108, 2000. DOI: 10.22296/2317-1529.2000n2p89.

PONTUAL, Virgínia. Tempos do Recife: representações culturais e configurações urbanas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 21, n. 42, p. 417-434, 2001. DOI: 10.1590/S0102-01882001000300008.

REYNALDO, Amélia. As catedrais continuam brancas: planos e projetos do século XX para o centro do Recife. Recife: Cepe, 2017.

REYNALDO, Amélia. Las catedrales siguen siendo blancas: un estudio sobre las políticas de tratamiento del centro antiguo de Recife. 1998. Tese (Doutoradoem Urbanismo) – Universirat Politecnica de Catalunya, Barcelona, 1998.

RIBEMBOIM, Jacques. Dois bairros irmãos: o patrimônio imaterial dos bairros de São José e Santo Antônio, no Recife. Recife: Babecco, 2018.

SÁ CARNEIRO, Ana Rita; MESQUITA, Liana. Espaços livres do Recife. Recife: Prefeitura do Recife, 2000.

SILVA, Camila Soares de Macedo. A dinâmica espacial do mercado imobiliário de aluguel comercial em áreas históricas dos bairros de Santo Antônio e São José (Recife). 2018. Trabalho de Conclusão (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

ZANCHETI, Silvio Mendes. Conservação Urbana: Textos de Momento. Textos para Discussão – Série Gestão da Conservação, Olinda, n. n. 30, 2008. p. 6-7.

ZANCHETI, Silvio Mendes. O Recife do século XVIII como cidade Barroca. Recife: Ceci, 2012.

SITES

RECIFE. Lei nº 13957, de 26 de setembro de 1979. Institui normas gerais de proteção a sítios, conjuntos antigos, ruínas e edifícios isolados, cujas expressões arquitetônicas ou históricas tenham real significado para o patrimônio cultural da Cidade do Recife; disciplina a preservação desses bens, autoriza o Prefeito a declarar zonas especiais de interesse dessa preservação cultural e, dá outras providências. Recife, Disponível em: http://bit.ly/3TaKTWP. Acesso em: 05 abr. 2023.

RECIFE. Lei nº 14511, de 17 de janeiro de 1983. Define diretrizes para o uso e ocupação do solo, e dá outras providências. Recife, Disponível em: https://bit.ly/488XQo8. Acesso em: 08 abr. 2023.

RECIFE. Lei nº 16176, de 09 de abril de 1996. Estabelece a Lei de Uso e Ocupação do Solo da Cidade do Recife. Recife, Disponível em: https://bit.ly/3GyMxdm. Acesso em: 08 abr. 2023.

RECIFE. Lei Complementar nº 02/2021, de 24 de abril de 2021. Republicação com alteração da Lei nº 18.770/ 2020 - Plano Diretor do Recife. Institui o Plano Diretor do município do Recife, revogando a Lei municipal nº 17.511, de 29 de dezembro de 2008. Recife, Disponível em: https://bit.ly/41evMh9. Acesso em: 15 abr. 2023.

Downloads

Publicado

2023-12-21

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

COSTA, Thais Santos; FELIX NETO, Antonio Severino; SÁ CARNEIRO, Ana Rita; PEREIRA, Larissa Maria Sotero. Do monumento à ruína: Santo Antônio como um bairro-jardim no Recife. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 31, p. 1–22, 2023. DOI: 10.11606/1982-02672023v31e37. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/215026.. Acesso em: 28 abr. 2024.