Anonimato historiográfico: a trajetória de Paschoal Artese na construção da modernidade urbano-arquitetônica rio-pardense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672020v28e38

Palavras-chave:

Profissionais não diplomados da construção civil, Construção da modernidade urbano-arquitetônica no interior de São Paulo, Moradia urbana paulista, Cidade de São José do Rio Pardo (SP), Trajetória de Paschoal Artese

Resumo

O artigo trata do anonimato historiográfico de profissionais não diplomados que atuaram no interior do estado de São Paulo entre fins do século XIX e início do século XX, tomando como objeto de discussão a produção da moradia urbana de São José do Rio Pardo. O texto revela o envolvimento de pedreiros, serventes, marceneiros, carpinteiros, pintores, construtores e empreiteiros na construção de uma modernidade urbano-arquitetônica local, com destaque para a notável atuação do profissional sem diploma Paschoal Artese, imigrante italiano e figura-chave nesse processo. A revisão bibliográfica se fundamenta em
autores como Debenedetti e Salmoni, Pareto Júnior e Francisco, cotejando as análises com base em dados obtidos de fontes primárias e pesquisa in loco. O objetivo é contribuir para a construção da historiografia da arquitetura e do urbanismo, ao ampliar o conhecimento sobre profissionais não diplomados que atuaram na produção arquitetônica rio-pardense.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Natalia Cappellari de Rezende, Universidade de São Paulo. Instituto de Arquitetura e Urbanismo

    Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU/USP), com bolsa Fapesp (Processo nº 2019/26031-6). Mestre pelo IAU/USP e arquiteta e urbanista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Integra o grupo de pesquisa “Patrimônio, Cidades e Territórios”. 

  • Maria Angela Pereira de Castro e Silva Bortolucci, Universidade de São Paulo. Instituto de Arquitetura e Urbanismo

    Professora sênior do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU/USP). Participa do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP) como docente e orientadora de mestrado e doutorado. Líder do grupo de pesquisa “Patrimônio, Cidades e Territórios” (cadastro no CNPq).

Referências

FONTES IMPRESSAS

ARTESE, Paschoal. [Discurso à Câmara Municipal de São José do Rio Pardo, 30 de dezembro de 1966]. In: TREVISAN, Bene. Germinal Artese. São José do Rio Pardo, 1995.

AULA NOCTURNA para o ensino do desenho. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, ano II, nº 140, p. 2, 26 jul. 1900.

FESTA DO MES DE MARIA E NOSSA SENHORA APARECIDA. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, ano XI, nº 664, p. 4, 16 maio 1909.

NOVO PULPITO. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, ano VI, nº 360, p. 1, 4 set. 1904.

O VELHO CEMITÉRIO. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, ano XIV, nº 840, p. 2, 1 fev. 1913.

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO. Código de posturas de 1903. São José do Rio Pardo, 1903.

TREVISAN, Amélia Franzolin. Paschoal Artese, o urbanista e jornalista. Jornal Gazeta do Rio Pardo, São José do Rio Pardo, página 3a, 10 abr. 1977.

LIVROS, ARTIGOS E TESES

ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da arquitetura. São Paulo: Fundação Vilanova Artigas, 1986.

ASENDORF, Christoph. Batteries of life: on the history of things and their perception in modernity. Berkeley: University of California Press, 1984.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo. São Paulo: Perspectiva, 1978.

BELLUZZO, Ana Maria de Moraes. Artesanato, arte e indústria. 1988. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988.

BITTENCOURT, Gean Maria. A missão artística francesa de 1816. Rio de Janeiro: Museu de Armas Ferreira da Cunha, 1967.

BORTOLUCCI, Maria Angela Pereira de Castro e Silva. Moradias urbanas construídas em São Carlos no período cafeeiro. 1991. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991.

BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1981.

BRUNO, Ernani da Silva. História e tradições da cidade de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1984.

CAMARGO, Mônica Junqueira de. Novas fontes documentais no contexto da historiografia da arquitetura moderna. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 3., 2014, São Paulo. Anais […]. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie; Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2014. p. 1-16.

CORREIA, Telma de Barros. A construção do habitat moderno no Brasil: 1870-1950. São Carlos: RiMa, 2004.

COSTA, Cacilda Teixeira da. O sonho e a técnica: a arquitetura de ferro no Brasil. São Paulo: Edusp, 2001.

COSTA, Lúcio. Lúcio Costa: sôbre arquitetura. Porto Alegre: Centro dos Estudantes Universitários de Arquitetura, 1962.

COSTA, Lúcio. Razões da nova arquitetura. Revista da Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal, Brasília, DF, v. 3, n. 1, p. 3-9, 1936.

COSTA, Lúcio. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.

DEBENEDETTI, Emma; SALMONI, Anita. Arquitetura italiana em São Paulo. Sa?o Paulo: Perspectiva, 1981.

DE FELICE, Renzo. Sindacalismo rivoluzionario e fiumanesimo nel carteggio De AmbrisD’Annunzio. Brescia: Morcelliana, 1966.

DEL GUERRA, Rodolpho José. A São José, una nuova storia. São Sebastião da Grama: Grass, 1999.

DEL GUERRA, Rodolpho José. E as sementes florescem… São José do Rio Pardo: Graf-Center, 2002.

DEL GUERRA, Rodolpho José. No ventre da terra mãe. São José do Rio Pardo: Graf-Center, 2001.

DURANT, Stuart. Ornament: a survey of decoration since 1830. London: Macdonald, 1986.

ENOKIBARA, Marta. Organizações Dierberger (1893-1940). Paisagem e Ambiente, São Paulo, n. 38, p. 35-54, 2016.

FABRIS, Annateresa. Arquitetura eclética no Brasil: o cenário da modernização. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 131-146, 1993.

FABRIS, Annateresa (Org.). Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Nobel, 1987.

FRANCISCO, Rita de Cássia. Construtores anônimos em Campinas (1892-1933): fortuna crítica de suas obras na historiografia e nas políticas de preservação da cidade. 2013. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

FREYRE, Gilberto. Ingleses no Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948.

GHIRARDELLO, Nilson. A formação dos patrimônios religiosos no processo de expansão urbana paulista (1850/1900). São Paulo: Editora Unesp, 2010.

GOODWIN, Philip L.; SMITH, George Everard Kidder. Brazil builds: architecture new and old 1652-1942 / Construção brasileira: arquitetura moderna e antiga, 1652-1942. New York: Museum of Modern Art, 1943.

IRMÃO, José Aleixo. Euclides da Cunha e o socialismo. São José do Rio Pardo: Casa Euclidiana, 1960.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo: reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Fapesp, 1998.

LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Alvenaria burguesa: breve história da arquitetura residencial de tijolos em São Paulo a partir do ciclo econômico liderado pelo café. São Paulo: Nobel, 1989.

LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Ecletismo em São Paulo. In: FABRIS, Annateresa (Org.). Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Nobel, 1987. p. 68-103.

LEMOS, Nathalia Gama. Um império nos trópicos: a atuação do Intendente Geral de Polícia, Paulo Fernandes Viana, no império luso-brasileiro (1808-1821). 2012. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012.

LEPETIT, Bernard. Arquitetura, geografia, história: usos da escala. In: LEPETIT, Bernard (Org.). Por uma nova história urbana. São Paulo: Edusp, 2001. p. 191-226.

LIMA, Roberto Pastana Teixeira. Modelos portugueses e arquitetura brasileira: catálogo e análise das formas arquiteturais paulistas e lusitanas no Oitocentos. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História, Universidade de Campinas, Campinas, 2001.

LIMA, Solange Ferraz de. Ornamento e cidade: ferro, estuque e pintura mural em São Paulo, 1870-1930. 2001. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

LIMA, Solange Ferraz de. O trânsito dos ornatos: modelos ornamentais da Europa para o Brasil, seus usos (e abusos?). Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 151-199, 2008.

LOURENÇO, Maria C. F. (Org.). Homenagem aos mestres: esculturas na USP. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. (Cadernos CPC, 5).

MACAMBIRA, Yvoty de Macedo Pereira. Os italianos e a arquitetura paulistana. Revista de Italianística, São Paulo, ano 3, n. 3, p. 57-72, 1995.

MACAMBIRA, Yvoty de Macedo Pereira. Os mestres da fachada. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1985.

MARINS, Paulo Cesar Garcez. Através da rótula: sociedade e arquitetura no Brasil, séculos XVII a XX. São Paulo: Humanitas, 2001.

MONTEIRO, Ana Maria Reis de Góes. Ramos de Azevedo: presença e atuação profissional em Campinas. Campinas: Unicamp, 2009.

NAYLOR, Gillian. The arts and crafts movement: a study of its sources, ideals, and influence on design theory. London: Studio Vista, 1971.

MOTTA, Flávio Lichtenfels. Art nouveau: um estilo entre a flor e a máquina. Rio de Janeiro: Cadernos Brasileiros, 1965.

PARETO JÚNIOR, Lindener. O cotidiano em construção: os “práticos licenciados” em São Paulo (1893-1933). 2011. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

PARETO JÚNIOR, Lindener. Pândegos, rábulas, gamelas: os construtores não-diplomados entre a engenharia e a arquitetura (1890-1960). 2016. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. Neocolonial, modernismo e preservação do patrimônio no debate cultural dos anos 1920 no Brasil. São Paulo: Edusp, 2011.

PUPPI, Marcelo. Por uma história não moderna da arquitetura brasileira: questões de historiografia. Campinas: Associação dos Amigos da História da Arte, 1998.

RAMALHO, Maria Lucia Bressan. Da beaux-arts ao bungalow: uma amostragem da arquitetura eclética no Rio de Janeiro e em São Paulo. 1989. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.

REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2011.

REZENDE, Natalia Cappellari. A cidade de São José do Rio Pardo e as moradias do Centro Histórico (1865-1940). 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

RIBEIRO, Suzana Barretto. Inventário arquitetônico de Mococa. Campinas: Direção Cultura, 2011.

RYKWERT, Joseph. Lo clássico y lo neoclássico In: RYKWERT, Joseph. Los primeros modernos: los arquitectos del siglo XVIII. Barcelona: Gustavo Gili, 1982. p. 9-52.

SALVADORE, Waldir. Italiano e nosso: Felisberto Ranzini e o “estilo florentino”. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015.

SEGAWA, Hugo Massaki. Arquiteturas no Brasil, 1900-1990. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014.

SILVA, Antonio de Moraes. Diccionario da língua portugueza. Lisboa: Typographia de Joaquim Germano de Souza Neves, 1877.

SILVA, Antonio Moraes. Diccionario da língua portugueza. Lisboa: Typographia de Joaquim Germano de Souza Neves, 1878.

SILVA, Geraldo Gomes da. Arquitetura do ferro no Brasil. São Paulo: Nobel, 1986.

SILVERMAN, Debora. Art nouveau in fin-de-siècle France: politics, psychology and style. Los Angeles: University of California Press, 1989.

TOLEDO, Edilene Teresinha. O sindicalismo revolucionário em São Paulo e na Itália: circulação de ideias e experiências na militância sindical transnacional entre 1890 e o fascismo. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2002.

TORRES, Mário H. G. A casa de Grandjean de Montigny na Gávea. In: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (Org.). Uma cidade em questão I: Grandjean de Montigny e o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC, 1979. p. 81-114.

TREVISAN, Bene. Germinal Artese: 1903-1982: vida & obra. São José do Rio Pardo: Museu Rio-Pardense, 1995.

VERDELHO, Telmo. O dicionário de Morais Silva e o início da lexicografia moderna. In: HISTÓRIA DA LÍNGUA E HISTÓRIA DA GRAMÁTICA, 2003, Braga. Actas […]. Braga: Universidade do Minho, 2003. p. 473-490.

ZVEIBIL, Vera Helena Bressan. Machado: retrato de família. São Paulo: V. H. B. Zveibil, 2000.

ENTREVISTAS

GARCIA, Clara Alves Zenaro. Entrevista concedida a Natalia Cappellari de Rezende. São José do Rio Pardo, 10 de setembro de 2016.

MASCHIETTO, Carmém Cecília Trovatto. Entrevista concedida a Natalia Cappellari de Rezende. São José do Rio Pardo, 26 de setembro de 2016.

Downloads

Publicado

2020-10-07

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

Anonimato historiográfico: a trajetória de Paschoal Artese na construção da modernidade urbano-arquitetônica rio-pardense. (2020). Anais Do Museu Paulista: História E Cultura Material, 28, 1-35. https://doi.org/10.1590/1982-02672020v28e38