Arte como projeto, projeto como arte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.186699

Palavras-chave:

Projeto, Pintura, Arte conceitual, Pop, Antonio Dias

Resumo

A partir do intenso questionamento sofrido por Giulio Carlo Argan no início da década de 1960, o artigo discute a crise da noção de projeto em seu pensamento e a relaciona historicamente com a emergência do projeto como subgênero da arte conceitual. Por um lado, a relação é articulada através do exame de duas tendências defendidas por Argan, a arte programada e a pintura analítica. Por outro, é pensada contra o pano de fundo da consolidação do mercado de arte no período em questão. Por fim, o exame da parte da obra de Antonio Dias nesse contexto histórico visa descrever com mais clareza o laço dialético entre as duas categorias em questão, arte como projeto e projeto como arte.

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Biografia do Autor

  • Sérgio Martins, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Sérgio Martins é crítico de arte, professor do departamento de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e autor do livro Constructing an Avant-Garde: Art in Brazil, 1949 (MIT Press, 2013). Publicou artigos em periódicos como October, Novos Estudos, ARTMargins, Modos e Third Text, e ensaios em catálogos de exposições como "Cildo Meireles" (Reina Sofia e Serralves, 2013), "Alexander Calder: Performing Sculpture" (Tate Modern, 2015), "Hélio Oiticica: to Organize Delirium" (Carnegie, Art Institute of Chicago e Whitney, 2016), "Lygia Clark: uma retrospectiva" (Itaú Cultural, 2014), "Lygia Pape: a Multitude of Forms" (The Metropolitan Museum of Art, 2017) e "Anna Maria Maiolino" (MoCA, Los Angeles, 2017). Seu próximo livro, sobre a trajetória de Antonio Dias nos anos 1960 e 1970, conta com financiamento das bolsas Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) e CAPES/Humboldt.

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FILMES

Território Liberdade - a arte de Antonio Dias (2004), Roberto Cecato, Brasil. DVD (48 minutos).

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Publicado

2021-11-29

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