África, Brasil e arte – persistentes desafios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.187482

Palavras-chave:

Arte negra, Arte afro-brasileira, Mestre Didi (Deoscóredes Maximiliano dos Santos), Hélio Oiticica, Abdias do Nascimento

Resumo

Analisando obras de Abdias do Nascimento, Clarival do Prado Valladares, Marianno Carneiro da Cunha e Emanoel Araujo, entre outros autores, o artigo discute limites e impasses da concepção inclusiva de “arte negra”, delineada a partir da década de 1950, e de “arte afro-brasileira”, consolidada a partir dos anos 1980, bem como problemas postos à historiografia pela persistência desse modelo generalizante e pelo caráter excludente do circuito de arte no Brasil, que as trajetórias e obras de Mestre Didi (Deoscóredes Maximiliano dos Santos) e de Hélio Oiticica continuam desafiando.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Roberto Conduru, Southern Methodist University

    Roberto Conduru é historiador da arte e professor na Southern Methodist University, nos Estados Unidos.

Referências

ABRE-CAMINHOS. C& América Latina, n.d. Disponível em: https://amlatina.contemporaryand.com/pt/events/abre-caminhos/ Acesso em: 3 jun. 2021.

ACERVO de Arte Negra para Museu. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 ̊ Caderno, 14 jan. 1968, p. 2.

AGUILAR, Nelson (org.). Mostra do redescobrimento: arte afro-brasileira. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000a.

AGUILAR, Nelson (org.). Mostra do redescobrimento: negro de corpo e alma. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000b.

ALMEIDA, Anderson Diego da Silva. Artefatos do “Quebra”: indumentária étnica, história e estética da Coleção Perseverança. Odeere, Jequié, v. 1, n. 1, jan.-jun. 2016, pp. 188-212.

ALMEIDA, Anderson Diego da Silva. Nas cinzas da Coleção Perverança, a memória arde. A mão afro-alagoana além da Quebra de Xangô. Tese de Doutorado em Artes Visuais. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020.

ARAUJO, Emanoel (org.). A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo: Tenenge, 1988.

ARAUJO, Emanoel (org.). Os herdeiros da noite: fragmentos do imaginário negro. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1995.

ARAUJO, Emanoel (org.). Para nunca esquecer: negras memórias / memórias de negros. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2002.

ARAUJO, Emanoel (org.). A nova mão afro-brasileira. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2013.

BARATA, Mário. Arte negra. Revista da Semana, n. 34, 1941, pp. 16-17. BARATA, Mário. A escultura de origem negra no Brasil. Brasil Arquitetura Contemporânea, n. 9, 1957, pp. 51-56.

BASBAUM, Ricardo; COIMBRA, Eduardo (orgs.). Afro-américas. Item: Revista de Arte, Rio de Janeiro, Espaço Agora/Capacete, n. 5, 2002, pp. 58-59.

BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva. Agnaldo Manoel dos Santos ou la subversion de la modernité consentie. Brésil(s), 19, 2021. Disponível em: http://journals.openedition.org/bresils/9234 . Acesso em: 1 jun. 2021.

BIENAL da Bahia foi mais importante fato artístico do ano, segundo Gershman, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 30 dez. 1966, p. 10.

BISPO, Alexandre Araújo. “Abundância” e vulnerabilidade: fomento, criação e circulação das artes negras entre 2016 e 2019. O Menelick 2 ̊ Ato, jun. 2020. Disponível em: http://www.omenelick2ato.com/artes-plasticas/abundancia- e-vulnerabilidade-fomento-criacao-e-circulacao-das-artes-negras-entre- 2016-e-2019. Acesso em: 3 jun. 2021.

BITTENCOURT, Francisco. A geração tranca-ruas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 mai. 1970.

CARNEIRO DA CUNHA, Marianno. Arte Afro-Brasileira. In ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983, pp. 974-1032.

CLEVELAND, Kimberly L. Black Art in Brazil. Gainsville: University Press of Florida, 2013.

CONDURU, Roberto. Arte Afro-Brasileira. Belo Horizonte: C/Arte, 2007.

CONDURU, Roberto (org.). Relicário multicor. A Coleção de Cultos Afro- Brasileiros do Museu da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Centro Cultural Municipal José Bonifácio, 2008.

CONDURU, Roberto. Esse ‘troço’ é arte? Religiões afro-brasileiras, cultura material e crítica. Modos, v. 3, n. 3, 2019, pp. 98-114.

CONDURU, Roberto. Índices afro na arte no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. In AVOLESE, Claudia Mattos; MENESES, Patrícia (orgs.). Arte não-Europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2020, pp. 143-152.

CONDURU, Roberto. Formações transatlânticas – Mestre Didi, Martiniano do Bonfim e a arte da África no Brasil desde os oitocentos. 19&20, Rio de Janeiro, v. XVI, n. 1, jan.-jun. 2021. Disponível em: http://www.dezenovevinte. net/artistas/rc_transatlantico.htm. Acesso em: 29 mar. 2021.

CONDURU, Roberto. Carving Primitivism – Agnaldo Manoel dos Santos and the Brazilian Art-World in Mid-Twentieth Century. In PHILLIPS, Ruth; VORANO, Norman (orgs.). Mediating Modernism: Artists and Mentors in Colonial and Indigenous Art Worlds. Durham: Duke UniversityPress, no prelo.

CORRÊA, Alexandre Fernandes. Museu mefistotélico: significado cultural da Coleção de Magia Negra do Rio de Janeiro, primeiro Patrimônio Etnográfico do Brasil (1938). Rio de Janeiro: CNPq; UFRJ, 2006.

CROCKETT, Vivian A. War Heroes: Toward a Poethics of Blackness in Hélio Oiticica. In PEDROSA, Adriano; TOLEDO, Tomás (orgs.). Hélio Oiticica: Dance in My Experience. São Paulo: MASP, 2020, pp. 132-145.

DANTAS, Carlos. Artistas desarrumam hoje as malas da nova arte na frente do público. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 ̊ Caderno, 22 abr. 1966, p. 1.

DIDI, o folclore na G-4. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, caderno B, 15 dez. 1966, p. 3.

ELBEIN DOS SANTOS, Juana (org.). Ancestralidade africana no Brasil. Mestre Didi: 80 Anos. Salvador: Secneb, 1997.

GUARIGLIA, Ana Maria; ZINGG, David Drew. David Zingg vê o Brasil e seus brasileiros. Folha de S. Paulo, São Paulo, 18 mai. 1999. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq18059910.htm. Acesso em: 29 mar. 2021.

LAUS, Harry. Concluída seleção da Bienal da Bahia. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, caderno B, 17 nov. 1966, p. 2.

LAUS, Harry. Premiação da Bienal da Bahia. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, caderno B, 5 jan. 1967, p. 2.

LEAL, Maria das Graças de Andrade. Manuel Querino entre letras e lutas – Bahia: 1851-1923. São Paulo: Annablume, 2009.

MAGGIE, Yvonne. Medo do feitiço: relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992.

MARTÍ, Silas. Em 'rolezinhos' da arte, ativistas negros vão em grupo a vernissages. Folha de S. Paulo, São Paulo, 3 fev. 2015. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/02/1584260-em-rolezinhos-da-arte- ativistas-negros-vao-em-grupo-a-vernissages.shtml . Acesso em: 08 jun. 2017. MAURICIO, Jayme. Itinerário das Artes Plásticas. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 ̊ Caderno, 5 dez. 1964, p. 2.

MAURICIO, Jayme. Itinerário das Artes Plásticas. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 ̊ Caderno, 10 dez. 1966a, p. 2.

MAURICIO, Jayme. Itinerário das Artes Plásticas. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 ̊ Caderno, 16 dez. 1966b, p. 2.

MENEZES, Hélio. Atravessando fronteiras: uma releitura da antropologia da arte proposta por Alfred Gell a partir de um ibiri de Mestre Didi. Revista UFMG, Belo Horizonte, v. 22, n. 1-2, jan./dez. 2015, pp. 104-123.

MENEZES, Hélio. Entre o visível e o oculto: a construção do conceito de Arte Afro- Brasileira. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017.

MOURÃO, Tadeu. Encruzilhada da cultura: imagens de Exu e Pombagira. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.

NASCIMENTO, Abdias do. Cultura e estética no Museu de Arte Negra. GAM: Galeria de Arte Moderna, Rio de Janeiro, n. 14, 1968, pp. 21-22.

NASCIMENTO, Abdias do. The Orixás: Afro-Brazilian Paintings and Texts. Middleton: Malcom X House, 1969.

NASCIMENTO, Abdias do. Afro-Brazilian art: a liberating spirit. Black Art, n. 1, 1976, pp. 54-62.

NASCIMENTO, Abdias do. A arte negra: museu voltado para o futuro. In NASCIMENTO, Abdias do. O quilombismo. Petrópolis: Vozes, 1980, pp. 133-140.

NINA RODRIGUES, Raimundo. As Bellas-Artes dos Colonos Pretos do Brasil – a esculptura. Kosmos, Revista Artistica, Scientifica e Literaria, n. 8, 1904, pp. 11-16.

OITICICA, Hélio. Base Fundamentais para um Definição do ‘Parangolé’ [1964]. Documento 0471/64. Programa Hélio Oiticica. Itaú Cultural. Disponível em: http://legacy.icnetworks.org/extranet/enciclopedia/ho/index. cfm?fuseaction=documentos&cd_verbete=4297&cod=222&tipo=2. Acesso em: 29 mar. 2021.

OITICICA, Hélio. A Manifestação Ambiental n.1 [1966]. Documento 0247/66. Programa Hélio Oiticica. Itaú Cultural. Disponível em: http://legacy.icnetworks.org/extranet/enciclopedia/ho/index. cfm?fuseaction=documentos&cd_verbete=4297&cod=222&tipo=2. Acesso em: 29 mar. 2021.

OLINTO, Antônio. Porta de Livraria. O Globo, Rio de Janeiro, 3 dez. 1964, p. 8.

OLINTO, Antônio. Importante em Arte é o exercício da Liberdade. O Globo, Rio de Janeiro, 24 nov. 1965, p. 2.

PANORAMA das artes plásticas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, caderno B, 6 dez. 1966, p. 4.

PEDROSA, Adriano; OLIVA, Fernando (orgs.). Histórias afro-atlânticas. São Paulo: MASP, 2018.

PEDROSA, Mário. Arte dos caduceus, arte negra, artistas de hoje (1968). In AMARAL, Aracy (org.). Mundo, homem, arte em crise. São Paulo: Perspectiva, 1975, pp. 221-225.

PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo. Memória sobre a antiga escola fluminense de pintura. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 3, 1841, pp. 547-557.

PRANDI, Reginaldo. Modernidade com feitiçaria: candomblé e umbanda no Brasil do século XX. Tempo Social, São Paulo, v. 2, n. 1, 1° sem. 1990, pp. 49-74.

QUERINO, Manuel. A raça africana e os seus costumes na Bahia. Anais do V Congresso Brasileiro de Geografia. Salvador: Imprensa Oficial do Estado, 1916.

QUERINO, Manuel. A arte da culinária na Bahia. Bahia: Papelaria Brasileira, 1928.

RAFAEL, Ulisses Neves. Xangô rezado baixo. Religião e política na primeira república. São Cristóvão: Editora UFS; Maceió: Edufal, 2012.

RAMOS, Arthur. Arte negra no Brasil. Cultura, n. 2, jan.-abr. 1949, pp. 189-212.

ROCHA, Gessyca. Faixa no Masp promove reflexão sobre a participação dos negros na arte. 24 jul. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/ noticia/2018/07/24/faixa-no-masp-promove-reflexao-sobre-a-participacao- dos-negros-na-arte.ghtml. Acesso em: 3 jun. 2021.

RIBEIRO, Luciara. Em Disputa: Quem são as curadoras e curadores negras, negros e indígenas brasileiros? Projeto Afro, 4 nov. 2020. Disponível em: https://projetoafro.com/editorial/artigo/curadorias-em-disputa-quem-sao-as- curadoras-negras-negros-e-indigenas-brasileiros/. Acesso em: 3 jun. 2021.

SHTROMBERG, Elena. Art Systems: Brazil and the 1970s. Austin: The University of Texas Press, 2016.

SODRÉ, Jaime. A influência da religião afro-brasileira na obra escultórica do Mestre Didi. Salvador: EDUFBA, 2006.

TAVARES, Odorico. A escultura afro-brasileira na Bahia. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 64, 14 abr. 1951, pp. 59-62, 64.

TEIXEIRA LEITE, José Roberto. Pintores negros do oitocentos. São Paulo: Mwn Knorr, 1988.

VALLADARES, Clarival do Prado. O negro brasileiro nas artes plásticas. Cadernos Brasileiros, v. X, n. 47, mai.-jun. 1968, pp. 97-109.

VALLE, Arthur. Transe ameaçado: Cultura visual religiosa afrobrasileira e repressão policial durante as primeiras décadas do século XX. Anais do XXXVII Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte: História da Arte em Transe. Salvador: Comitê Brasileiro de História da Arte, 2018, pp. 196-206.

VALLE, Arthur. Religiões Afro-brasileiras, Cultura Visual e Iconoclastia. Concinnitas, Rio de Janeiro, v. 21, n. 37, jan. 2020, pp. 140-162. Disponível em: https://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/concinnitas/article/view/46808/33806. Acesso em: 30 mai. 2021.

VIEIRA ANDRADE, Renan. Como Fazer Santas e Sereias: imaginária de Umbanda, Design e Sociedade. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2017.

Downloads

Publicado

2021-11-29

Como Citar

África, Brasil e arte – persistentes desafios. (2021). ARS (São Paulo), 19(42), 315-358. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.187482