Sou eu que dou as ordens: a autorrepresentação de Heitor dos Prazeres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2022.200799

Palavras-chave:

História da arte, Retratos, Representação afro-brasileira

Resumo

Este artigo investiga os elementos combinados por Heitor dos Prazeres para constituir seu autorretrato, a pintura denominada O artista, do acervo do Museu de Arte de São Paulo. Fugindo das representações redutoras e esquemáticas, recorrentes na abordagem de indivíduos negros na história da arte brasileira, Heitor soma atributos para compor uma figura complexa, utilizando elementos legíveis sobretudo para aqueles parte de seu grupo de pertencimento. A pintura parece ser uma obra de exceção em seu legado, que nos impele à reflexão de seu papel na revolução cultural moderna de que fez parte, e que deu origem ao samba urbano carioca. O retrato nos demanda uma leitura curiosa acerca de seus valores e referenciais, para apreender como Heitor se dá a ver assumindo o agenciamento de sua própria imagem.

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Biografia do Autor

  • Renata Bittencourt, Instituto Moreira Salles

    Renata Bittencourt é gestora cultural e responsável pela área de Educação do Instituto Moreira Salles - IMS. É historiadora da arte, tendo desenvolvido pesquisas de mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), investigando a representação do negro. Atuou no Itaú Cultural; na Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo; como Secretária da Cidadania e da Diversidade do Ministério da Cultura (MinC); como Diretora de Processos Museais no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram - MinC); e como Diretora Executiva do Instituto Inhotim. Foi contemplada pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e pela Fulbright.

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Publicado

2022-08-31

Como Citar

Sou eu que dou as ordens: a autorrepresentação de Heitor dos Prazeres. (2022). ARS (São Paulo), 20(45), 14-54. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2022.200799