A estreia da arte brasileira na Exposição Internacional de Arte de Veneza (1950)

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2023.205384

Palavras-chave:

Arte moderna brasileira, Bienal de Veneza, Estereótipos, Francisco Matarazzo Sobrinho

Resumo

Após uma falida tentativa de estreia na 24ª Bienal de Veneza (1948), o Brasil fez seu debuto na 25ª edição (1950), sob gestão e financiamento de Francisco Matarazzo Sobrinho. Reconstruindo o percurso de afirmação de Matarazzo junto à entidade italiana e à luz dos registros históricos referentes à recepção deste debuto, este artigo examina o duplo lugar concedido à arte brasileira pela mídia internacional: um, repleto de descaso, ao reproduzir exaustivamente o texto do catálogo expositivo produzido pelos próprios brasileiros, ao posto de uma análise personificada e séria do conjunto; outro, propagador de estereótipos, como “espírito primitivo indígena”, “truculência popularesca”, “iconografia exótica e violenta” e “primitivismo selvagem”.

 

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Biografia do Autor

  • Dunia Roquetti, Universidade Nova de Lisboa

    Dunia Roquetti é historiadora da arte e investigadora no Instituto de História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa / IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território, com financiamento da Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT). Doutora em História da Arte pela Universidade Ca’ Foscari de Veneza (Itália), Mestre em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo, apresentou as suas pesquisas na Universidade de Harvard, IUAV Venezia e Queen’s Belfast, entre as mais recentes.

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Publicado

2023-04-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A estreia da arte brasileira na Exposição Internacional de Arte de Veneza (1950). (2023). ARS (São Paulo), 21(47), 164-197. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2023.205384

Dados de financiamento