Judith Scott: a tessitura do devir

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.187431

Palavras-chave:

Judith Scott, Arte ínsita, Intuição, Fenomenologia, Henri Bergson

Resumo

Este artigo aborda o fiar como devir nas obras de Judith Scott (1943-2005), artista trissômica, iletrada e inábil para a linguagem verbal. O intento é examinar a índole intuitiva e a temporalidade – a formatividade prioriza o processo ao produto. A temporalidade será abordada a partir da filosofia bergsoniana. Frequentemente, expressões ínsitas são sufocadas pelo conhecimento teórico, por “ideias muito possuídas”, em termos pontyanos. Deduzir aleatoriedade é um equívoco, orientado pela generalidade. Considerando o ineditismo da pesquisa sobre a estadunidense no Brasil, esta reflexão contribui com a diversidade de perspectivas sobre processos de saber artístico e com a consolidação da fortuna crítica, além de proporcionar uma discussão sobre a possibilidade de pensar a arte a partir de uma perspectiva fenomenológica.

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Biografia do Autor

  • Solange de Oliveira, Universidade de São Paulo

    Solange de Oliveira é doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da USP e pós-doutorada em Estética e Filosofia Contemporânea pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Há dez anos desenvolve pesquisa de fenomenologia estética sobre a produção de criadores iletrados artisticamente, que se expressam através da imagem prioritariamente à linguagem verbal. Foi docente na área de formas expressivas no Departamento de Artes Visuais e Design da Universidade Federal de Sergipe (DAVD/UFS) e atualmente mantém uma plataforma de conteúdo digital, o Ateliê Tessitura, que aborda a arte, entre a fruição e a reflexão existencial.

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2021-12-30

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