Design e tipografia como elementos da expressividade da poesia de Augusto de Campos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.160035

Palavras-chave:

macrotipografia, microtipografia, Futura, poesia concreta, Augusto de Campos

Resumo

A poesia de Augusto de Campos afirmou-se concreta ao abandonar as convenções aceitas pelas gerações modernistas imediatamente anteriores. Avançou em prol de uma nova pluralidade de sentidos atingidos pela exploração intensiva do potencial expressivo da palavra e da sua materialidade. É um poeta de invenção, que recuperou a funcionalidade da página, controlando o tempo e o silêncio, que manipulam as sensações através do espaço em branco, e deslocou-se para as galerias e ruas. Neste artigo é analisada a poesia de Augusto de Campos considerando como o texto, na sua forma visual e tipográfica, activa as camadas de significação verbivocovisual e, subsidiariamente, as referências culturais e simbólicas associadas às formas da letra e aos media.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Tiago Santos, Universidade de Coimbra, Portugal

    Tiago Santos é Doutorando em Materialidades da Literatura na Universidade de Coimbra e membro do Centro de Literatura Portuguesa da mesma universidade. A sua investigação actual debruça-se sobre o uso expressão da tipografia e da letra tipográfica na obra poética de Augusto de Campos. Tem como interesses adicionais de investigação a intersecção entre arte e tecnologia, cinema, branding, tipografia e design de comunicação. É licenciado e pós-graduado em Tecnologias de Informação Visual e Mestre em Design e Multimédia pela Universidade de Coimbra.

Referências

AGRA, Lucio. De Não em Não, o “Eco no Escuro”. In SÜSSEKIND, Flora; Guimarães, Júlio C. (ed.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: 7 Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004, pp. 179-205.

AGUILAR, Gonzalo. O olhar excedido. In SÜSSEKIND, Flora; Guimarães, Júlio C. (ed.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: 7 Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004.

AGUILAR, Gonzalo. Poesia Concreta Brasileira. São Paulo: EduSP, 2005.

AVILA, Affonso. Carta do Solo - poesia referencial. Invenção, n. 2, São Paulo, 1962, pp. 55-60.

ÁVILA, Carlos. (2006). “Invenção” – Uma reedição necessária. O Eixo E a Roda, v. 13, 2006, pp. 95-101.

BENJAMIN, Walter. The Author as Producer. 1934. In JENNINGS, Michael W.; EILAND, Howard; SMITH, Gary (eds.). Selected Writtings - Volume 2,

Part 2 1931-1934. Cambridge, Massachusetts, and London, England: The Belknap Press of Harvard University Press, 1999, pp. 768-782.

BIERMA, Tineke. Concrete poetry: the influence of design and marketing on aesthetics. Master of Arts in German. Portland State University, USA, 1985.

BILL, Max. Continuity and Change. In BILL, Max. Architecture Words 5: Form, Function, Beauty = Gestalt. London: Architectural Association London, 1953, pp. 71-80.

BRINGHURST, Robert. The Elements of Typographic Style. 4 ed. Vancouver: Hartley & Marks, 2013.

CAMPOS, Augusto de; PIGNATARI, Décio, CAMPOS, Haroldo de. Teoria da Poesia Concreta – textos críticos e manifestos 1950-1960. 5.ª ed. Cotia, São

Paulo: Ateliê Editorial, 2014.

CAMPOS, Augusto de. Entrevista de Cadão Volpato na Balada Literára / Manu Sobral (realizador), David Vivade (editor), 2011.

CAMPOS, Augusto. Viva Vaia - poesia 1949 - 1979. São Paulo, Brasil: Ateliê Editorial, 2014.

CAMPOS, Augusto. Outro. São Paulo: Editora Perspectiva, 2015a.

CAMPOS, Augusto. Poesia Antipoesia Antropofagia & Cia. São Paulo: Editora Schwartz, 2015b

CAMPOS, Augusto de; PIGNATARI, Décio, CAMPOS, Haroldo de. plano-pilôto para poesia concreta. São Paulo, 1956.

CAMPOS, Augusto de; PIGNATARI, Décio, CAMPOS, Haroldo de. Mallarmé. 3ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1991.

CAMPOS, Raquel B. Entre vivas e vaias: a visualidade concreta de Augusto de Campos. Tese (Doutorado em Literatura). Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

CARVALHO, Audrei Aparecida Franco de. Poesia concreta e mídia digital: o caso Augusto de Campos. 2007. 113 f. Dissertação (Mestrado em

Comunicação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007.

CONDE, Miguel. Pela via “augusta” do poema e da política. Suplemento Pernambuco, Especial Augusto de Campos, nº 159, maio 2019, pp. 12-15.

CORREA, Thiago M. (2012). A metalinguagem na poesia de Augusto de Campos. Dissertação (Mestrado em Semiótica e Linguística Geral). 111f.

– Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

DUPRAT, Rogério. Em tôrno do «pronunciamento». Invenção, nº 3, São Paulo, 1963, pp. 7-11.

EISELE, Petra; LUDWIG, Annete; NAEGELE, Isabel. Futura: The Typeface. Londres: Laurence King Publishing, 2017.

FERRAZ, Marcos Grinspum. Augusto de Campos abre nova exposição e chama o momento atual do Brasil de “deplorável”. ARTE!Brasileiros, 27

mar 2019. Disponeivel em: https://artebrasileiros.com.br/topo/augusto-decamposabre-nova-exposicao-e-chama-o-momento-atual-do-brasil-dedeploravel/.

Acesso em: 14 jul 2019.

FIORATTI, Gustavo. Augusto de Campos confronta prisão de Lula e política da direita em mostra. Folha de S. Paulo, 31 mar 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/03/insatisfacao-orienta-mostradeaugusto-de-campos.shtml. Acesso em: 14 jul 2019.

GAGLIANONE, Isabela. Filósofos e literatos que pontuam Mallarmé como o principal marco de ruptura com a poesia pregressa. O Benedito, 26

Jun 2015. Disponível em: https://obenedito.com.br/filosofos-e-literatosque-

pontuam-mallarme-como-oprincipal-marco-de-ruptura-com-poesiapregressa/. Acesso em: 24 ago 2018.

GRÜNEWALD, José Lino. Viver o cinema ou Godard ou A objectividade total. Invenção, n. 4, São Paulo, 1964.

HALEY, Allan; POULIN, Richard, SEDDON, Tony; LEONIDAS, Gerry; SALTZ, Ina; HENDERSON, Kathryn; ALTERMAN, Tyler. Typography Referenced. Beverly, MA: Tockport Publishers, 2012.

HELLER, Eva. A Psicologia das Cores. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2014.

HILDER, Jamie. Designed Words for a Designed World: The International Concrete Poetry Movement, 1955-1971. Londres: McGill-Queen’s University Press, 2016.

HOCHULI, Jost. Detail in Typography. 2nd ed. Londres: Hyphen Press, 2009.

Itaú Cultural. Fantasia Exata - Waldermar Cordeiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2013.

JACKSON, D. J. Augusto de Campos e o trompe L’oeil da poesia concreta. In SÜSSEKIND, Flora; Guimarães, Júlio C. (ed.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: 7 Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004, pp. 11-36.

JACKSON, Kenneth D.. Introduction: POEM/ART Brazilian Concrete Poetry. CiberLetras: revista de crítica literaria y de cultura, nº 17, 2007.

JORGE, Gerardo. La ciudad en la poesía de Augusto de Campos: del conjuro y la ciudad-falansterio a la ciudad moderna pero babélica. Confluenze, 3(2), 2011, pp. 197–217.

REBECHI JUNIOR, Arlindo. Entre o marco histórico e a dialética da maledicência: a polêmica entre Roberto Schwarz e Augusto de Campos em torno do poema “Póstudo.” Diadorim – Revista Científica Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Vernáculas, 5, 2009, pp. 11-26.

KHOURI, Omar. A Poesia do Grupo Noigandres não nasce Concreta: torna-se. Escritos de Lisboa, 12, dez 2015. Disponível em: http://www.nomuque.

net/escritosdelisboa/uncategorized/12-a-poesia-do-grupo-noigandresnao-nasce-concretatorna-se/. Acesso em: 12 out 2017.

LEDESMA, Eduardo. Lembras-te de quando era tudo diferente?. Luso-Brazilian Review, 55(1), 2018, pp. 51-84.

LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. O capitalismo estético na era da globalização. Lisboa: Edições 70, 2014.

LISPECTOR, Clarice. A Maçã no escuro. 4.ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Paz e Terra, 1974.

LUPTON, Ellen. The Designer as Producer. 2010 Disponível em: http://elupton.com/2010/10/the-designer-as-producer/. Acesso em: 29 abr 2020.

MARCOLINO, Francisco F. V. Antirretórica do menos: A poesia pós-concreta de Augusto de Campos. 190 f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.

MATOS, Cláudia N. de. Augusto de Campos - Entrevista. Gragoatá, 7(12), pp. 7-22, 2002.

MELO E CASTRO, E. M de. Artes e Letras. Número especial, 13 jul 1966.

PIGNATARI, Décio. Poesia de Exportação: Noticiário Internacional. Invenção, nº 5, 1967, São Paulo, pp. 101-118.

PLAZA, J. Arte e interatividade, autor-obra-recepção. ARS (São Paulo), 1(2), 2003, pp. 9-29.

PORTELA, Manuel. Concrete and Digital Poetics. Leonardo Electronic Almanac, nº 14, 2006, pp. 1–11.

PORTELA, Manuel. Script Reading Emotions · The Codex and the Computer as Self-Reflexive Machines. Londres: The MIT Press, 2013.

REIFSCHNEIDER, Oto. Arte e invenção: a materialidade do concreto. Revista Brasileira, 7 (69), 2011, pp. 247-257.

SALGADO, Luciana S. Sobre a produção de valor: a recente circulação do poema “Viva Vaia,” de Augusto de Campos. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, 2(47), 2016, pp. 71-96.

SANTOS, Tiago; FONTES, Bruno. Montagem, Colagem, Justaposição; A Poesia Concreta como meio do Cinema. AVANCA | CINEMA 2020, International Conference Cinema – Art, Technology, Communication. Avanca, Portugal, 2018, pp. 125-141.

SHELLHORSE, Adam. Anti-Literature · The Politics and Limits of Representation in Modern Brazil and Argentina. Pittsburg: University of Pittsburg Press, 2017.

SOLT, Mary Ellen. Concrete Poetry: A World View. Londres: Indiana University Press, Bloomington, 1971.

SÜSSEKIND, Flora; GUIMARÃES, Júlio C. (orgs.) Exposição Augusto de Campos - Poemas, Publicações, Manuscritos, Vídeos e Gravações. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004.

TEIXEIRA, JERÔNIMO. Ruído de Fundo. In STERZI, Eduardo (org.). do céu do futuro – cinco ensaios sobre Augusto de Campos. São Paulo: Marco

editora, 2006.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Design e tipografia como elementos da expressividade da poesia de Augusto de Campos. (2020). ARS (São Paulo), 18(40), 508-584. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.160035

Dados de financiamento