Imagens de tempo em Bill Viola: interpelações existenciais diante do nada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.165591

Palavras-chave:

Bill Viola, Martin Heidegger, Keiji Nishitani, finitude, nada

Resumo

Neste artigo, propomos realizar uma análise interpretativa de obras selecionadas do artista norte-americano Bill Viola (n. 1951), visando à caracterização de imagens de tempo que possuam uma dimensão política resistente à rápida obsolescência e ao capitalismo tardio. Especialmente, buscamos mostrar que, por meio de suas obras, Viola evoca a angústia em face da finitude; por isso, suas imagens de tempo nos interpelam diante do nada da existência. Nessa linha interpretativa, sugerimos uma aproximação entre sua poética e aspectos da filosofia de Martin Heidegger, principalmente o conceito de “ser-para-morte”, e do pensamento de Keiji Nishitani, com a noção de “lugar do vazio”, bem como mobilizamos algumas considerações de Gilles Deleuze, Shuichi Kato, John Hanhardt e Elizabeth ten Grotenhuis.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fernanda Albuquerque de Almeida, Universidade de São Paulo (USP), Brasil

    Fernanda Albuquerque de Almeida é doutora em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). Membro do Grupo de Estudos em Estética Contemporânea, coordenado pelo Prof. Ricardo Fabbrini e vinculado ao departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Atua na área de estética e filosofia da arte contemporânea, com ênfase nas possíveis relações entre artes visuais, cinema e novas mídias.

Referências

ALMEIDA, Fernanda Albuquerque de. Imagens de tempo nas poéticas tecnológicas de Harun Farocki, Bill Viola e Anthony McCall. 2019. Tese (Doutorado em Estética e História da Arte). Programa de Pós-Graduação

Interunidades em Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

DALLMAYR, Fred. Nothingness and Sunyata: A Comparison of Heidegger and Nishitani. Philosophy East and West, n. 42, University of Hawai’i Press, 1992, pp. 37-48.

DELEUZE, Gilles. Cinema 1. A imagem-movimento. (1983). São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

DELEUZE, Gilles. Cinema 2. A imagem-tempo. (1985). São Paulo: Editora Brasiliense, 2013.

DUBOIS, Philippe. Cinema, vídeo, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

FLORENTINO NETO, Antonio. Recepção e diálogo: Heidegger e a filosofia japonesa contemporânea. Natureza Humana, 10(1), 2008, pp. 147-160.

GROTENHUIS, Elizabeth Ten. Something Rich and Strange: Bill Viola’s Uses of Asian Spirituality. In: TOWNSEND, Chris. The Art of Bill Viola. London: Thames & Hudson, 2004, pp. 160-179.

HANHARDT, John G. Bill Viola. (2015). / Kira Perov (ed.). São Paulo: Sesc Edições, 2018.

HEIDEGGER, Martin. Que é metafísica? In HEIDEGGER, Martin. Conferências e escritos filosóficos. São Paulo: Nova Cultural, 1999, pp. 223-261.

HEIDEGGER, Martin. De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e

um pensador. (1953-1954). In HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem.

Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2008a, pp. 71-120.

HEIDEGGER, Martin. A questão da técnica. In HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. (1949). Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2008b, pp. 11-38.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. (1927). Campinas: Editora da Unicamp; Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

HEINE, Steven. Philosophy for an ‘Age of Death’: The Critique of Science and Technology in Heidegger and Nishitani. Philosophy East and West, n. 40, University of Hawai’i Press, 1990, pp. 175-191.

KATO, Shuichi. Tempo e espaço na cultura japonesa. (2007). São Paulo: Estação Liberdade, 2012.

MARRA, Michael. Modern Japanese Aesthetics: A Reader. Honolulu: University of Hawai’i Press, 1999.

MATSUMARU, Hisao. O pensamento de Nishitani e o Budismo. In NETO, Antonio Florentino; JR. Oswaldo Giacoia. Budismo e filosofia em diálogo. Campinas, SP: Editora Phi, 2014, pp. 11-37.

MICHELAZZO, José Carlos. Ser e Sunyata: os caminhos ocidental e oriental para a ultrapassagem do caráter objetificante do pensamento. In: LOPARIC, Zeljko. (Org.) A Escola de Kyoto e o perigo da técnica. Campinas: DWW Editorial, 2008, pp. 75-96.

NISHIDA, Kitaro. Ensaio sobre o bem. (1911). Campinas: Editora Phi, 2016.

NISHITANI, Kenji. Religion and Nothingness. Los Angeles: University of California Press, 1983.

SAKAI, Kazuya. O teatro Nô. (1968). Afro-Ásia, n. 10-11, 1970, pp. 137-157.

VIOLA, Bill. O som da linha de varredura. (1995). Cadernos de subjetividade, n. 11, 2003, pp. 53-70.

WERLE, Marco Aurélio. A angústia, a morte e o nada em Heidegger. Trans/Form/Ação, n. 26, 2003, pp. 97-113.

FILMES

KIDEL, Mark. Bill Viola: The Eye of the Heart. BBC, 2003, 59’06”.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Imagens de tempo em Bill Viola: interpelações existenciais diante do nada. (2020). ARS (São Paulo), 18(40), 237-288. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.165591