A evolução tectonotermal proterozóica do cráton do São Francisco, com base em interpretações geocronológicas K-Ar em rochas do seu embasamento

Autores

  • W Teixeira USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral
  • F Canzian USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-8986.v25i0p61-80

Palavras-chave:

Cráton do São Francisco, geocronologia, evolução tectónica

Resumo

Mais de 400 datações K-Ar compõem o banco de dados radiométricos do Cráton do São Francisco (CSF). A partir da análise das idades K-Ar em rochas da infraestrutura (cerca de 65% dos dados), e tendo em vista o quadro da evolução crustal estabelecido com base em datações U-Pb, Rb-Sr, Pb-Pb e Sm-Nd, é apresentada uma interpretação acerca da história tectonotermal do CSF, durante o Proterozóico. A análise da informação é realizada por região geográfica (setores central, NE, NW, SW, meridional e leste), e com base nos padrões de idade K-Ar em micas e anfibólios. As interpretações são comparadas com o quadro evolutivo, tanto das rochas da infraestrutura como da supraestrutura do CSF, e levando em conta também o padrão geocronológico K-Ar nas faixas móveis adjacentes. O registro de idades entre 2,1 e 1,8 Ga, na maior parte da infraestrutura indica o soerguimento gradativo do CSF que acompanhou a estabilização tectónica dos cinturões Itabuna, Correntina-Guanambi e Mineiro, durante o Ciclo Transamazônico. As idades entre 1,72 e 1,65 Ga, registradas na extremidade nordeste do cinturão Itabuna e no cinturão Mineiro, são interpretadas como um reflexo do soerguimento associado ao colapso extensional do rift Espinhaço, cuja origem se deu há 1,75 Ga. Os intervalos de idade 0,80/0,65 Ga e 0,65/0,50 Ga, detectados nas bordas do CSF e no interior da província Paramirim, são interpretados como relacionados aos processos colisionais das faixas móveis marginais neoproterozóicas. Em especial, esta província parece representar uma zona reativada (deformação, metamorfismo e rejuvenescimento isotópico), como reflexo da tectónica convergente das faixas Rio Preto e Araçuaí em relação ao CSF. A análise integrada da geocronologia K-Ar, aliada aos dados geológicos e estruturais, e ao cenário da evolução crustal, sugere que o CSF manteve-se como unidade fisicamente íntegra durante o Neoproterozóico, embora as rochas da infraestrutura nas margens leste e sudeste e na província Paramirim tenham sido fortemente reativadas durante o Brasiliano.

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Publicado

1994-01-01

Edição

Seção

nao definida