Crostas ferruginosas, geoquímica, evolução, distribuição, mineralogia, Bacia de São Paulo
Resumo
Este trabalho versa sobre a evolução geoquímica, descrição mineralógica e micromorfológica, e a distribuição geográfica das crostas ferruginosas encontradas em sedimentos da Bacia de São Paulo. Dois tipos de crostas foram identificados: um superficial mais antigo e outro subsuperficial mais recente. Este segundo tipo ocorre nas áreas estudadas em pelo menos três horizontes que se encaixam nos sedimentos da Bacia de São Paulo, ou ainda ocorrem como preenchimento de antigas fraturas existentes nestes mesmos sedimentos. Ambos tipos foram originados através de flutuações do lençol freático, propiciando a precipitação de hidróxidos de ferro no interface de sedimento poroso e permeável superposto com sedimento impermeável sotoposto. As crostas ferruginosas encontradas e estudadas na área apresentam-se em três camadas nos sedimentos da bacia que, da base para o topo, são as seguintes: 1. A primeira situada a cerca de 20 m da superfície, superposta à camada argilosa ocre e sotoposta à camada de silte arenoso, 2. A segunda, a pouco mais de 5 m da superfície, superposta à camada de argila e sotoposta à camada arenosa. 3. A terceira, aflorante em superfície, e superposta à camada argilosa ocre. Os diagramas geoquímicos discriminativos destas três camadas, exibem distinção entre elas. A mais marcante é quanto ao conteúdo de ferro e alumínio nestas camadas. A de superfície distingue-se das outras duas por apresentar maior enriquecimento em oxido de ferro e maior empobrecimento em oxido de alumínio. A descrição micromorfológica mostrou que a camada superior exibe granulometria mais grossa que as duas camadas inferiores e que a camada superior não guarda textura reliquiar, enquanto que as duas camadas inferiores guardam textura reliquiar do sedimento do qual se originam.