Dois diamictitos superpostos, da parte média do Subgrupo Itararé, aflorantes na rodovia SP-280, no Estado de São Paulo, estão separados por um pavimento de clastos, associado a uma discordância erosiva, no topo do diamictito inferior. Corpos cuneiformes de arenito, arenito conglomerático e mistura de arenito e diamictito, de comprimentos variáveis, até cerca de 3 metros, estendem-se para baixo, a partir da superfície de discordância, penetrando no diamictito inferior. Outros corpos de arenito acanalados ocorrem envolvidos pelo diamictito inferior ou no seu topo. As primeiras estruturas parecem corresponder a pseudomorfos de cunhas de gelo desenvolvidas em solo perenemente congelado (permafrost) durante a glaciação Gondvânica, As estruturas do segundo grupo incluem, provavelmente, canais subglaciais e superficiais, escavados por correntes flúvio-glaciais. As feições descritas indicam a ocorrência pretérita de clima periglacial rigoroso nesta parte da Bacia do Paraná, durante o Neopaleozóico.