Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823): estudo quali-quantitativo da variação ontogenética do padrão eletroforético de proteínas gerais do cristalino

Autores

  • Anna Emília Amato de Moraes Vazzoler Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Van Ngan Phan Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Whilar Malgor Thomas Demasi Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Hana Suzuki Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Vicente Gomes Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1679-87591985000200003

Palavras-chave:

Micropogonias furnieri, Sciaenidae, Eletroforese, Proteínas, Cristalino, Variação ontogenética, Costa sudeste^i1^sBra

Resumo

Foram analisadas as possíveis variações do padrão eletroforético de proteínas gerais do cristalino de Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823), em função do desenvolvimento ontogenetico, do sexo e do ciclo de maturaçao das gonadas, com vistas a sua utilizaçao em estudos populacionais. Foram analisados, por eletroforese em acetato de celulose, cristalinos de 546 exemplares com comprimento total entre 98 e 710 mm, coletados no período de fevereiro de 1975 a fevereiro de 1976, na costa sudeste do Brasil (23ºS - 29ºS), area ocupada pela populaçao I da espécie (Vazzoler, 1971). 0 padrao geral obtido foi dividido em 4 conjuntos com 8 frações protéicas. Para indivíduos de mesmo tamanho nao foram constatadas diferenças entre os padrões do cristalino esquerdo e direito, entre padrões de machos e fêmeas e entre padrões de exemplares com gonadas em diferentes estádios de maturidade. Entretanto, ocorrem acentuadas variações quali-quantitativas relacionadas ao desenvolvimento ontogenêtico. O conjunto I sofre marcada queda em sua concentração relativa, enquanto os conjuntos II, III e IV apresentam incremento. 0 conjunto II sofre variações qualitativas, apresentando 2 frações para indivíduos jovens (até 300-350 mm) e apenas uma nos adultos. As frações I, II-l, II-2, III-3 e IV-2 apresentam variações mais acentuadas até a classe de 300-350 mm; ocorre estabilizaçao da concentração relativa das frações II-1, II-2 e III-3 a partir de 300-350 mm, e da I e IV-2 a partir de 450-500 mm. As frações III-1, III-2 e IV-1 apresentam pequenas variações, sendo praticamente constantes. Desse modo, para utilizaçao dos padrões eletroforêticos de proteínas dos cristalinos como marcadores genêtico-bioquímicos em estudos sobre variações intra-específicas, algumas estratégias devem ser consideradas, de acordo com os objetivos do estudo: a - comparar apenas as frações que se mostraram estáveis durante o desenvolvimento (III-1, III-2, IV-1); b - comparar padrões de exemplares dentro de um estreito intervalo de comprimentos; c - comparar frações que variam, apenas para indivíduos com comprimentos a partir dos quais a concentração dessas frações já se estabilizou (II-2 e III-3 a partir de 300 mm, e I e IV-2 de 450 mm); d - comparar os padrões globais de indivíduos que integram o extrato adulto da populaçao, quando já ocorreu estabilização do número e da concentração das frações protéicas. Esta ultima estratégia (d) parece ser a mais viável, tanto a nível interespecífico quando a finalidade é restrita à delimitação espacial de populações, como em estudos taxonomicos de níveis superiores, quando nao há problemas na classificação de formas jovens.

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Publicado

1985-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823): estudo quali-quantitativo da variação ontogenética do padrão eletroforético de proteínas gerais do cristalino . (1985). Boletim Do Instituto Oceanográfico, 33(2), 121-137. https://doi.org/10.1590/S1679-87591985000200003