Replacement of the compound ascidian species in a southeastern Brazilian fouling community

Autores

  • Rosana Moreira da Rocha Universidade Estadual de Campinas; Departamento de Zoologia; Instituto de Biologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1679-87591991000200005

Palavras-chave:

Sucessão ecológica, Colónias, Organismos incrustantes, Recrutamento, Substrato artificial, Diplosoma listerianum, Symplegma brakenhielmi, Didemnum speciosum, Clavelina oblonga, Botryltus niger, Canal de São Sebastião, São Paulo, Brasil

Resumo

Ascidians coloniais são muito comuns nas comunidades incrustantes crípticas no Canal de São Sebastião, São Paulo, Brasil. Elas colonizam, com sucesso, substratos artificiais tão logo estes são imersos. Neste trabalho, placas de cerâmica de 225 cm² foram utilizadas como substrato para o estudo do recrutamento e do processo inicial de sucessão de ascidias coloniais. Os resultados apresentados referem-se às cinco espécies mais abundantes e freqüentes. Diplosoma listerianum caracterizou-se como uma espécie inicial de sucessão, dominando as placas durante os primeiros dois meses. Trata-se de uma espécie oportunista, com reprodução contínua ao longo do ano, alta taxa de crescimento e ciclo devida curto. Symplegna brakenhielmi também apresentou maiores procentagens de cobertura durante o início da sucessão. Didemnum speciosum foi a espécie mais abundante logo após a imersão das placas, mas devido a uma taxa de crescimento mais lenta, somente após alguns meses é que esta espécie passou a dominar o espaço sobre as placas. Clavelina oblonga caracterizou-se como uma espécie tardia típica, com recrutamento pouco intenso, crescimento vertical e a presença de estruturas de proteção como, por exemplo, uma túnica grossa e resistente. Botryltus niger foi uma espécie menos abundante que desaparecia freqüentemente de todas as placas, reaparecendo geralmente através de recrutamento sobre outras espécies. Recobrimento de uma espécie pela outra não foi um tipo de interação freqüente entre ascidias durante a sucessão e parece mais provável que a substituição de espécies tenha ocorrido em função da morte dos indivíduos que colonizaram primeiro e que pertenciam a espécies de ciclo de vida curto. O espaço, que desta forma se tornava disponível, era ocupado pelo crescimento de espécies mais persistentes que haviam garantido sua presença sobre as placas através de recrutamento e da alta sobrevivência das jovens colonias.

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Publicado

1991-01-01

Edição

Seção

Artigos