Topografia vascular de Rhinodrilus duseni Michaelsen 1918 (Oligochaeta, Glossoscolecidade)

Autores

  • Lizete Teodoro Schroeder-Araujo Departamento de Zoologia. Instituto de Biociências. Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-3358.bolzoo.1978.121659

Palavras-chave:

Aparelho circulatório, Rhinodrilus duseni

Resumo

No aparelho circulatório de Rhinodrilus duseni Michaelsen, 1918 reconhece-se um sistema aferente e um eferente bem definidos. No segmento 27 e posteriores, isto é, na região post-clitelar, a organização deste aparelho repete-se metamericamente. Nesta região o Vaso Ventral é o tronco distribuidor. O Vaso Ventro-Tegumentar é o seu principal ramo, conduzindo sangue para a cadeia nervosa, nefrídio e parede do corpo através dos Vasos Septo-Neural-Aferente, Ne- fridial-Aferente e Ventro-Parietal-Aferente respectivamente. O intestino é irrigado pelo Vaso Ventro-Intestinal, um por segmento. 0 Vaso Dorsal é o principal tronco coletor. Recebe sangue de todas as regiões do corpo pelos pares segmentares de Vasos Comis- surais, que o Üga diretamente com o Vaso Subneural. Os Vasos Comissurais não são independentes como nos demais Oligochaeta, mas unidos entre si pelo Inter-Comis- sural. Do intestino chegam ao Vaso Dorsal os Vasos Dorso-Intestinais.
O plexo intestinal compõe-se de uma camada interna e outra externa de capilares intercomunicantes. No tiflosole, além do Vaso Tiflosolar longitudinal há vasos aferentes oriundos dos Canais Traversais do plexo intestinal interno e vasos eferentes que se unem ao Vaso Dorsal, são os Vasos Dorso-Tiflosolares. Estes vasos correm obliquamente no tiflosole, para diante, em média cinco segmentos. Nos 26 primeiros segmentos a topografia vascular modifica-se sucessivamente, perdendo o aspecto segmentar, nítido na região post-clitelar. Surgem como troncos longitudinais além dos Vasos Ventral, Dorsal e Subneural os Vasos Extra-Esofágicos, Sub-Esofágico e Supra-Esofágico. O Vaso Ventral continua como o principal tronco aferente. Vasos Ventro-Tegumentares faltam nos segmentos 1 a 3, 7, 8 e 10 a 14. A irrigação dos quatro primeiros segmentos é feita pelo Vaso Ventro-Tegumentar de 4, a de 7 a 9 pelo de 6 e a de 10 a 14 pelo vaso oriundo de 9. O segmento 18 é de transição quanto aos Vasos Ventro-Tegumentares. Estes, nos segmentos posteriores perfuram o septo seguinte e nos anteriores são intra-segmentares. Em 18 há os dois tipos. O Vaso Dorsal funciona como tronco coletor até o segmento 19; daí em diante passa a ser distribuidor, encaminhando o sangue para o Vaso Ventral pelos pares de Corações Laterais nos segmentos 7 a 9 e pela sua bifurcação terminal dos lados da moela no segmento 6. Vasos Comissurais ocorem de trás para diante até o segmento 22. Nos segmentos 22 a 25 estes vasos tem origem e término em segmentos sucessivos e não intra- -segmentarmente como nos segmentos 27 e posteriores. Faltam em 26. Nos seis primeiros segmentos, devido a ausência do Vaso Dorsal, o par de Vasos Extra-Esofágicos é o tronco coletor principal. Pelos pares de Vasos Transversais nos segmentos 4 a 6, recebe sangue do Vaso Subneural. O par de Vasos Extra-Esofágicos termina nos Vasos Comissurais-Subneuro-Supra-Esofágicos do segmento 7. O Vaso Sub-Esofágico corre sob o esôfago nos segmentos 7 a 22. Não se inicia por fusão dos Extra-Esofágicos como ocorre nos demais Oligochaeta terricolas, mas por capilares ventrais na moela. Recebe sangue dos Vasos Comissurais-Subneuro-Su- pra-Esofágicos nos segmentos 7 a 9 e alimenta o plexo esofágico. Nos segmentos 19 e 20 une-se, juntamente com o plexo esofágico, ao Vaso Dorsal por dois pares de vasos. O Vaso Supra-Esofágico é o principal tronco coletor da região pré-clitelar posterior à moela. Recebe sangue do plexo esofágico e pares segmentares de Vasos Comissurais-Subneuro-Supra-Esofágicos que os unem ao Vaso Subneural e drenam a parede do corpo, septos e nefrídios. O sangue coletado é enviado ao Vaso Ventral pelos pares de Corações Intestinais nos segmentos 10 a 13.

 

Downloads

Publicado

1978-12-03

Edição

Seção

Artigos