Mecanismo da respiração de Trichodactylus petropolitanus (Goeldi)

Autores

  • Domingos Valente Departamento de Zoologia. Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-4877.bsffclzoologia.1948.125313

Palavras-chave:

Respiração, Trichodactylus

Resumo

O estudo que acabo de fazer sôbre o "Mecanismo da respiração de Trichodactylus petropolitanus (Goeldi)", conduz a vários resultados que poderão ser assim resumidos: 

1. As brânquias de Tr. são rígidas, quitinosas, e de fórmula 9 + 3 Ep.

2. A câmara brânquial de Tr. é rpovida de duas fendas: a inhalante localisada na articulação do chelípede com o Brânquiostégito e a exhalante no epistômio. Eventualmente a água póde, também, penetrar pelos pertuitos da articulação do brânquiostégito com os esternitos.

3. As superfícies endopleural e a exopleural do sistema brânquial são libertadas dos detritos pela ação dos epipódios (flabella).

4. Os orgão reguladores da ventilação da câmara brânquial são os escafognatitos, os quais são imprescindíveis à respiração em meio aquático.

5. Os escafognatitos batem com a frequência de 120 por minuto em média, o Tr. achando-se em água de 5-6 mg/l de oxigênio por litro e a 23°C.

6. A frequência e a intensidade dos batimentos dos escafognatitos variam de acôrdo com a temperatura, com a presença da água, com as excitações mecânicas diretas e indiretas, com as tensões de O2 e as de CO2 e com o pH.

7. O optimum de temperatura é de 27°C e o do pH 8.

8. No meio aquático a frequência dos batimentos dos escafognatitos aumenta com a diminuição da tensão do oxigênio; a elevação desta tensão acima de 6 mg/l não tem efeito sensível sôbre a frequência.

9. No meio aquático a elevação da taxa de gás carbônico provoca, quando pequena, aumento da frequência e diminuição da amplitude dos batimentos dos escafognatitos; e, quando em excesso, determina a narcose do animal.

10. O consumo de oxigênio pelos Tr., em meio aquático varia com a idade do animal (indicada pelos pesos) mas não em relação à unidade de peso.

11. O Q.R. em meio aquático é, em média 0.654, e em meio aéreo é, em média 0.67.

12. A discussão dêstes resultados é feita no presente trabalho.

13. O fatos dos Trichodactylus resisterem durante muito tempo fôra dágua indica que, no ar, os Tr. têm uma respiração de emergência.

14. Não obstante ser o Q.R. em meio aéreo igual ao Q.R. em meio aquático, as trocas de gases naquele meio são mais intensas que neste.

15. É evidente a influência do pH sôbre a ventilação. Os batimentos  dos escafognatitos cessam quando o Tr. é mantido em água a pH 5.

16. A direção da corrente da água dentro câmara brânquial foi estudada e determinada experimentalmente. Quando os Tr. se acham imersos na água, há na câmara brânquial, uma diminuição de pressão que provoca a entrada da água até as regiões posteriores da câmara.

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Publicado

1948-12-16

Edição

Seção

Artigos