Experimentos etnográficos em redes e varandas

a religião em tempos de pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29isuplp289-301

Palavras-chave:

Religião, Covid-19, Brasil, Redes sociais, Espaços domésticos

Resumo

Neste artigo, com foco em experimentos etnográficos relacionados à religião em tempos de Covid-19, compartilhamos reflexões preliminares sobre arranjos e conciliações que produzem a religião vivida. Foram dois os contextos de obtenção do material apresentado: de um lado, as redes sociais e aplicativos de mensagens, recursos previamente utilizados em pesquisas etnográficas realizadas em Curitiba e no Rio de Janeiro, e, de outro, as varandas em um condomínio no subúrbio carioca. Em comum aos campos de pesquisa das três autoras destaca-se a multiplicação de práticas e a intensificação de celebrações religiosas durante a pandemia. Os experimentos demonstram, assim, possibilidades de continuidade das pesquisas antropológicas na pandemia e evidenciam que a religião próxima ao cotidiano, além de fornecer imagens e metáforas para as advertências quanto aos potenciais riscos à saúde causadas pelo Covid-19, também tem sido frequentemente mobilizada a favor da organização da experiência coletiva de quarentena, regulando horários, ativando redes de solidariedade, evocando lembranças sobre as comunidades de fé, criando licenças para escapar da rigidez do isolamento e buscando estabelecer uma ética em nome do bem comum

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Biografia do Autor

  • Caroline Martins de Melo Bottino, Universidade Federal Fluminense

    Doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense, com bolsa Capes, Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais pela Fundação Getúlio Vargas/ RJ. Atua como professora convidada na pós-graduação em turismo cultural, do Instituto dos Pretos Novos e como mediadora à distância no curso de licenciatura em turismo do Consórcio CECIERJ/CEDERJ.

  • Eva Lenita Scheliga, Universidade Federal do Paraná

    Doutora em Antropologia Social (USP). Professora Adjunta do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná.

  • Renata de Castro Menezes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    É professora associada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Doutorado em Antropologia Social pela mesma instituição. Pesquisadora produtividade do CNPq e Cientista do Nosso Estado Faperj. Estágio Sênior Capes na New York University (2015-2016).

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Publicado

2020-09-17

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

Experimentos etnográficos em redes e varandas: a religião em tempos de pandemia. (2020). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 29(supl), 289-301. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29isuplp289-301