Vidas que perseveram: escrevivências de uma comunidade quilombola como ruptura ótica e política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v31i1pe173838

Palavras-chave:

Covid-19, Antropologia, Comunidades Tradicionais, Comunidades remanescentes de quilombo

Resumo

Este ensaio tem como objetivo produzir escrevivências de uma Comunidade Remanescentes de Quilombo no interior do estado de São Paulo, tendo como perspectiva uma ruptura ótica e política das imagens representativas da realidade. Tal proposta é inspirada na obra Becos da memória, de Conceição Evaristo – onde a escrevivência é compreendida como uma maneira de con(fundir) escrita e vida. A ruptura ótica e política é inspirada na performance Narciso e Eco, realizada por Grada Kilomba – onde a ruptura é produzida a partir de uma desobediência poética das figuras representativas da realidade. Para tanto, a escrevivência é produzida em correspondência com diversas conversações realizadas com os moradores da comunidade quilombola do Mandira. Tais conversações encarnam não apenas a memória de um trabalho de campo iniciado em 2015, mas também as vivências dos quilombolas, atualizando passado, presente e futuro na contemporaneidade.

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Biografia do Autor

  • Diego de Matos Gondim, Universidade Federal Fluminense

    Professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutor e mestre em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (UNESP–Rio Claro) e doutor em Filosofia pela Université Paris VIII (Fr): Vincennes-Saint-Denis, na Ecole Doctorale Pratiques et Théories du Sens (ED 31).

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Publicado

2022-08-19

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

Vidas que perseveram: escrevivências de uma comunidade quilombola como ruptura ótica e política. (2022). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 31(1), e173838. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v31i1pe173838

Dados de financiamento