Gênero, ciência e etnografia digital: Aproximações e potencialidades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175199

Palavras-chave:

Gênero, Sexualidade, Etnografia digital, Etnografia, Antropologia da Ciência e tecnologia

Resumo

Considerando que a dicotomia online/offline não é capaz de contemplar as articulações e experiências de gênero e sexualidade em rede, uma vez que as fronteiras entre material/virtual podem se mesclar e repercutir entre si, este artigo discute o fazer etnográfico a partir da revisão de pesquisas de gênero e sexualidade em diálogo com a Antropologia da Ciência e da Tecnologia. O objetivo central deste artigo é refletir sobre as possibilidades etnográficas que vem sendo empregadas a partir do debate das redes de produção de ciências, tecnologias e saberes que propiciam a produção de gêneros e sexualidades e, portanto, de novos corpos e sujeitos. No intuito de mapear o que vem sendo discutido mais recentemente no cenário nacional, essa pesquisa teve foco nos anais de dois grandes eventos brasileiros (ReACT e RBA). Mais de 50 trabalhos foram identificados e analisados. Temas como hormonização e transsexualidade, experiências de maternidade, ciberfeminismos e ativismo nas redes, experiências relacionadas ao HIV, entre outros, foram bastante frequentes, e algumas abordagens etnográficas também foram identificadas. Assim, buscamos refletir sobre os desafios e caminhos possíveis para o fazer etnográfico cada vez mais tecnologicamente situado.

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Biografia do Autor

  • Júlia Vargas Batista, Universidade Federal de Minas Gerais

    Júlia Vargas é graduanda em Antropologia com habilitação em Antropologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade (GESEX), vinculado ao Departamento de Antropologia e Arqueologia (DAA) da UFMG. Atualmente é bolsista de Iniciação Científica do Instituto René Rachou - Fiocruz Minas Gerais. 

  • Érica Renata de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais

    Érica Renata de Souza é Professora Associada do Departamento de Antropologia e Arqueologia (DAA) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2005), com doutorado-sanduíche na York University, Toronto, Canadá (2002). Desde 2010 é coordenadora do Grupo de Pesquisa Gênero e Sexualidade (GESEX) e pesquisadora do Laboratório de Antropologia das Controvérsias Sociotécnicas (LACS), ambos pertencentes ao DAA. Finalizou recentemente seu estágio de pós-doutorado junto ao Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da UNICAMP, instituição na qual também é pesquisadora do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia desde 2010.

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Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Especial

Como Citar

Gênero, ciência e etnografia digital: Aproximações e potencialidades. (2020). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 29(2), e175199. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175199