A bicicleta de Lévi-Strauss

Autores

  • Patrice Maniglier Universidade de Essex

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v17i17p275-292

Palavras-chave:

Semiologia. Violência. Lévi- Strauss. Estruturalismo. Filosofia.

Resumo

Apontou-se freqüentemente na an-
tropologia simbólica a sua negação da política e a
sua maneira de reduzir as violências sociais e históri-
cas a restrições gramaticais. Este artigo mostra que,
pelo contrário, é pela mesma razão que o homem
é um animal simbólico e é um animal político. Se,
com efeito, a noção de sistema simbólico implica
um espaço finito de possibilidades determinadas
umas em relação às outras, podemos mostrar que
o tipo de sistematicidade que as caracteriza impli-
ca sempre uma possibilidade supranumerária, que
só pode ser atualizada por um “ato”. Que o sujeito
não seja o mestre dos seus signos não significa que a
liberdade seja apenas uma ilusão, mas sim que ela é
real, inerente a essas realidades muito singulares que
são os signos e às operações que os fazem advir. Li-
berdade objetiva que consiste antes em fazer advir as
possibilidades do mundo que em realizar nele seus
ideais, mas finita, pois é sempre a do deslocamen-
to de uma limitação de possibilidades a uma outra.
Assim a antropologia se mostra como aquilo que
jamais deixou de ser: uma ciência moral.

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Biografia do Autor

  • Patrice Maniglier, Universidade de Essex
    Professor do Departamento de Filosofia/Universidade de Essex
    Doutor em Filosofia/ Paris X Nanterre University

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Publicado

2008-03-30

Edição

Seção

Especial

Como Citar

A bicicleta de Lévi-Strauss. (2008). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 17(17), 275-292. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v17i17p275-292