O próprio do desejo: a emergência da diferença extensiva entre os viventes (Aikewara, Pará)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p487-504Palavras-chave:
Etnologia, Antropologia filosófica, Tupi-Guarani, Corpo, GêneroResumo
Para os Aikewara, povo Tupi-Guarani do sudeste do Pará, todo corpo
tem o seu caminho (apé), algo que lhe é próprio, que o define de uma maneira
profunda. Homem (akuma’é), ou mulher (kusó) é aquele que caminha enquanto
tal, que percorre o caminho que é próprio desse tipo de corpo. Contudo, o caminho
é menos um destino do que uma trilha que pouco a pouco se inscreve no
seio da floresta, como diziam os próprios Aikewara: o caminho de um corpo não
está dado e por isso mesmo pode ser desviado. O que se passa, portanto, quando
um homem se desvia do caminho que lhe era próprio e “avança” como mulher?
Isto é, o que acontece quando este se comporta como uma mulher? Com efeito,
a finalidade deste texto é apresentar ao leitor o esboço de uma ontologia na qual,
para todos os fins, um corpo pode vir a se tornar outro, em que um homem pode
vir a se tornar efetivamente uma mulher e vice-versa. Para tanto, tomamos como
exemplo a leitura que a filosofia aikewara faz do desejo.
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Autorizo a Cadernos de Campo - Revista dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP) a publicar o trabalho (Artigo, Ensaio, Resenha,Tradução, Entrevista, Arte ou Informe) de minha autoria/responsabilidade assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação.
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Atesto o ineditismo do trabalho enviado.