Quem cala consente? Ambientes digitais e suas implicações para a pesquisa antropológica

Autores

  • Helena Motta Monaco Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175295

Palavras-chave:

Antropologia digital, Ética, Consentimento, Gênero, Sexualidade

Resumo

Este artigo propõe reflexões éticas e metodológicas a respeito de pesquisas em ambientes digitais. Ele aborda duas situações etnográficas, vivenciadas em temporalidades distintas e junto a grupos diferentes numa mesma plataforma digital, o Facebook. Seu objetivo é explicitar os percursos traçados no trabalho de campo e as negociações com os sujeitos da pesquisa que, em um dos casos, impediu a realização da etnografia naquele ambiente. Comparando as duas situações, argumento que as diferenças encontradas na obtenção do consentimento para a realização da pesquisa dizem respeito às diferenças nos usos e sentidos atribuídos pelos sujeitos aos ambientes digitais que eles ocupam.

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Biografia do Autor

  • Helena Motta Monaco, Universidade Federal de Santa Catarina

    Mestra em Antropologia Social (2020) pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui bacharelado (2017) e licenciatura (2018) em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Especial

Como Citar

Quem cala consente? Ambientes digitais e suas implicações para a pesquisa antropológica. (2020). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 29(2), e175295. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175295