As cinzas de Beuys em Bellatin e o ritual da lebre morta: articulações do humano e do animal pela linguagem artística
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.v0i17p137-169Palavras-chave:
Literatura hispano-americana, Arte contemporânea, Mario Bellatin, Joseph BeuysResumo
As vivências da arte contemporânea muitas vezes se produzem em espaços de relação e desvio. Nessa perspectiva, a literatura pode ser lida a partir de múltiplos processos que se contaminam. Este artigo trata dos principais aspectos do livro Lecciones para una liebre muerta de Mario Bellatin e da performance “Como explicar quadros a uma lebre morta” de Joseph Beuys para considerar a concepção de arte que está no substrato dos processos colocados em jogo em ambas obras. A imagem da performance de Beuys em Lecciones para uma liebre muerta é imprevisibilidade que se metamorfoseia, Beuys é vestígio na obra de Bellatin, não é apropriação nem demanda correspondência. Ela aprimora a fissura no interior do conhecimento, se manifesta como “signo secreto” que não objetiva esclarecer por meio da lógica de equivalência. O caráter pedagógico das “lições” não propicia o ensinamento em uma relação hierárquica, porém evidencia um apelo ao aprendizado que a arte propicia enquanto expansão das percepções sensitivas do ser humano.
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