O que diz uma manchete? Uma leitura construcional de manchetes argentinas e brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.v0i19p110-139

Palavras-chave:

Gramática de construções, Manchetes, Espanhol argentino, Português brasileiro, Frame semântico

Resumo

Neste trabalho, dentro do instrumental teórico da Gramática de Construções baseada no Uso (Goldberg 1995, 2006, entre outros) foram identificadas as construções de estrutura argumental instanciadas em manchetes em 300 dados da seção policial de dois jornais argentinos e dois brasileiros, com a finalidade de compará-las e definir suas propriedades. O resultado da análise dos 150 dados de cada língua revelou que: (a) no gênero discursivo manchete nos jornais de Buenos Aires é usada uma variedade maior de construções (12 tipos) que nas manchetes dos jornais do Rio de Janeiro (5 tipos) e (b) a escolha exata de uma entre as 12 manchetes argentinas usadas está ligada à relevância/irrelevância pragmática do fato informado e impede leituras inadequadas. Nos dados brasileiros, as construções usadas não mostraram a mesma especificação semântica e pragmática, expressando participantes semanticamente previstos e pragmaticamente irrelevantes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Paulo Pinheiro Correa, Universidade Federal Fluminense

    Professor de Língua Espanhola da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa de Pós Graduação em Estudos de Linguagem na mesma instituição. Mestre e Doutor em Lingüística pela UFRJ, com Pós-Doutorado em Filología na Universidad Complutense de Madrid, Espanha. Seus intereses de pesquisa incluem funções pragmáticas em espanhol e português, tradução e aquisição de segundas línguas. Artigos recentes: ‘Características das construções de foco sentencial no portugués, em um esttudo de corpus paralelo’, REVEL vol.13 (2015); ‘Hendidas y otras construcciones focalizadoras en español argentino y portugués brasileño: un estudio de producciones audiovisuales’, Signo y Seña 26 (2014); ‘A função pragmática Tópico na legendagem brasileira de um filme argentino em um estudo de corpus paralelo’, Letras & Letras vol. 30 (2014). Endereço eletrônico: papicorrea@gmail.com.

Referências

Abraçado, Jussara; Silva, Caroline S. “Manchetes de jornais online: graus de transitividade e emprego do presente do indicativo em referência ao passado recente”. In: Confluência, Rio de Janeiro, no. 46, 2014. 221-50.

Alarcos Llorach, Emilio. “Lenguaje de los titulares”. In: Lázaro Carreter, Fernando (org.). Lenguaje en periodismo escrito. Madrid: Fundación Juan March, 1977, 125-148.

Bybee, Joan. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

Barros Filho, Clóvis. Ética na Comunicação - Revista e Atualizada. 6. ed. São Paulo: Summus, 2008.

Fernández Soriano, Olga. “El pronombre personal. Formas y distribuciones. Pronombres átonos y tónicos”. In: Bosque, Ignacio; Demonte, Violeta. (orgs.). Gramática Descriptiva de la Lengua Española. Madrid: Espasa, 1999, 1209-1273.

Fillmore, Charles. J. “Scenes-and-frames semantics”. In: Zampolli, Antonio. (ed.): Linguistic Structures Processing: Fundamental Studies in Computer Science, No. 59, North Holland Publishing, 1977, 55-88.

Fillmore, Charles. “Frame semantics”. In: The Linguistic Society of Korea (Ed.). Linguistics in the Morning Calm. Seoul: Hanshin Publishing Co., 1982, 111-137.

Fillmore, Charles. J.; Baker, Collin. “A Frames Approach to Semantic Analysis”. In: Heine, Bernd; Narrog, Heiko (Eds.). The Oxford Handbook of Linguistic Analysis. New York: Oxford University Press, 2010, 313-340.

Givón, Talmy. “The pragmatics of de-transitive voice: functional and typological aspects of inversion”. (Introduction). In: Givón, Talmy (ed.). Voice and Inversion. Amsterdam: John Benjamins Publishing, 1994, 3-46.

Goldberg, Adele E. Constructions: A Construction Grammar Approach to Argument Structure. Chicago: University of Chicago Press, 1995.

Goldberg, Adele E. Constructions at work. The nature of generalization in language. New York: Oxford University Press, 2006.

Lambrecht, Knud. Information structure and sentence form. Topic, focus, and the mental representations of discourse referents. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

Lambrecht, Knud. “When subjects behave like objects: An analysis of the merging of S and O in sentence-focus constructions”. Studies in Language, v. 24., n. 3, 2000.

Langacker, Ronald W. Foundations of Cognitive Grammar (Vol. 1). Theoretical Prerequisites. Stanford: Stanford University Press, 1987.

Nadal Palazón, Juan. “Rasgos formales de los titulares periodísticos: notas sobre diez diarios del ámbito hispánico”. In: Acta Poética, v.33, n.1, 2012, 173-95.

Sasse, Hans-Jürgen. Theticity. In: Bernini, Giuliano; Scwharz, Marcia L. (eds.). Pragmatic organization of discourse in the languages of Europe. Berlin: Mouton de Gruyter, 2006, 257-308.

Downloads

Publicado

2020-06-24

Como Citar

CORREA, Paulo Pinheiro. O que diz uma manchete? Uma leitura construcional de manchetes argentinas e brasileiras. Caracol, São Paulo, Brasil, n. 19, p. 110–139, 2020. DOI: 10.11606/issn.2317-9651.v0i19p110-139. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/caracol/article/view/161721.. Acesso em: 19 abr. 2024.