Marcuse e a verdade do hegelianismo

Autores

  • Silvio Rosa Filho Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i27p145-160

Palavras-chave:

Marcuse, Hegel, Temporalidade histórica, Suspensão, Racionalidade

Resumo

O objetivo deste artigo é indicar alguns rumos tomados por Marcuse em O homem unidimensional, na medida em que o tema da verdade do hegelianismo permite esclarecer questões concernentes à temporalidade e à historicidade. Fóbica, saturada de tensões, marcada por irresoluções, a temporalidade que jaz na sociedade industrial não deixa de preparar o momento decisivo para uma efetiva desalienação da consciência, sobretudo quando Marcuse interroga o nexo entre o solo historicamente povoado de materiais estéticos e o campo da emancipação política. Trata-se de oferecer um delineamento dessas passagens: de um lado, em contraposição ao necrológio escrito por Gerard Lebrun em 1979; de outro, através do problema da suspensão do terrorismo de Estado, tal como ele se formula nas sentenças e nos aforismos que Hegel elabora em vésperas de redigir a Fenomenologia do espírito. Visto que tal exigência de suspensão é indissociável de uma forma ampliada de racionalidade, visto que ela é solidária da utopia de uma sociedade concreta, a cidade ética de Hegel estaria situada no limiar de uma superação política do medo da morte.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ARANTES, Paulo. E. “Idéias ao léu: uma digressão a propósito de O avesso da dialética”. In: Novos Estudos Cebrap. São Paulo, outubro, nº 25, 1989.

ARANTES, Paulo. E. Hegel – a ordem do tempo. São Paulo: Hucitec: Polis, 2000.

ARANTES, Paulo. E. Zero à esquerda. São Paulo: Conrad, 2003.

HABERMAS, Jürgen. “A crítica de Hegel à Revolução Francesa”. In: Teoria e práxis. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

HEGEL, George W.F. Hegel-Werke. Frankfurt: Surkamp Verlag; volume 2, 1969.

HEGEL, George W.F. “Aus dem Jenaer Notizenbuch”. In: Hegel Gesammelte Werke. Hamburgo: Meiner; volume 5, 1998.

HEGEL, George W.F. Vorlesungen über die Aesthetik. In: Sämtliche Werke. Stuttgart: Fromman; ed. Glockner; volume 12, 1929.

HEGEL, George W.F. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes: Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2013.

HEGEL, George W.F. Enciclopédia das ciências filosóficas. São Paulo: Loyola, 1997.

LEBRUN, Gerard. Passeios ao léu. São Paulo: Brasiliense, 1983.

LEBRUN, Gerard. O avesso da dialética – Hegel à luz de Nietzsche. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

LEBRUN, Gerard. A paciência do conceito. São Paulo: Edunesp, 2006.

LEBRUN, Gerard. “Da rentabilidade”. In: Discurso – Revista do Departamento de Filosofia da USP. São Paulo; nº 42, 2012.

MARCUSE, Herbert. One-dimensional Man: Studies in the Ideology of Advenced Industrial Society. Londres, Nova Iorque: Routledge and Keagan Paul; 2ª ed., 1991. Tr. br. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MARCUSE, Herbert. Reason and Revolution: Hegel and Rise of Social Theory. Londres: Routledge and Keagan Paul; 2ª ed. Tr. bras. Razão e revolução. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978; 3ª ed, 1969.

RITTER, Joachim. “Hegel und die Französische Revolution”. In: Metaphysik und Politik. Frankfurt, 1969.

ROSA FILHO, Sílvio. “O sonho de Robespierre”. In: ROSA FILHO, Sílvio, Eclipse da moral – Kant, Hegel e o nascimento do cinismo contemporâneo. São Paulo: Discurso Editorial & Barcarolla, 2009.

VALÉRY, Paul. “Théorie poétique et esthétique”. In: Oeuvres. Paris: Gallimard; vol. I, 1957.

WOLIN, Richard. “What is Heideggerian Marxism?” In: Marcuse, M. Heideggerian Marxism. Lincoln: University of Nebraska, 2005.

WOLIN, Richard. The Frankfurt School Revisited and Other Essays on Politics and Society. Nova Iorque: Routledge Taylor and Francis Group, 2006.

Downloads

Publicado

2015-12-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Marcuse e a verdade do hegelianismo. (2015). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 2(27), 145-160. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i27p145-160