Ambivalência da política no prólogo d’a cidade de deus, de Agostinho

Autores

  • Luiz Marcos da Silva Filho Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i31p49-62

Palavras-chave:

Política, Moral, História, Eternidade, Vontade

Resumo

No prólogo d’A cidade de Deus, Agostinho apresenta ambivalente concepção de política, pois a política adquire ou positividade ou negatividade conforme a identidade ou a contradição de uma civitas ou res publica consigo mesma. Mais precisamente, a cidade celeste, que guarda dois modos de existência, um na história, outro na eternidade, conquista progressivamente identidade na medida em que na história há processo coerente dela em direção a seu modo de existência por excelência, na eternidade; já a cidade terrena existe na história em contradição e conflito, ao tornar-se escrava da própria libido de dominação, de maneira que sua história é de progressiva danação e perda de ser. Uma cidade guarda, pois, estatuto político a despeito de sua orientação ou de sua desorientação moral. Além do mais, nos limites do prólogo, Agostinho explicita que o fundamento da política não é nem a natureza, nem a razão.

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Biografia do Autor

  • Luiz Marcos da Silva Filho, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo.

    Foi Professor Adjunto de História da Filosofia Medieval da Universidade Federal de Lavras, entre 2011 e 2016.

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Publicado

2017-12-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ambivalência da política no prólogo d’a cidade de deus, de Agostinho. (2017). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 2(31), 49-62. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i31p49-62