Maternidade: uma forma de opressão?

Autores

  • Carolina Bernardini Antoniazzi Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p92-103

Palavras-chave:

Iris Young, Gênero, Cuidado, Trabalho reprodutivo, Opressão

Resumo

O presente artigo persegue a seguinte questão: seria a maternidade uma forma de opressão? Para tanto, partimos do conceito de opressão formulado por bell hooks. A fim de analisar a experiência da maternidade enquanto vivida por um sujeito único, mas, ao mesmo tempo, constrangida por estruturas sociais generificadas, ancoraremos a maior parte de nossa análise em Iris Young. O pensamento da autora é habilidoso ao entrelaçar uma corrente fenomenológica à crítica social, dando conta de problemas que surgem nas pautas feministas acerca de subjetividades em relação a marcadores sociais. É pertinente, ainda, na medida em que Young se ocupa amplamente de temas e problemas ligados à maternidade, dando maior ênfase a este debate do que normalmente observamos. Silvia Federici também é central neste ponto, fornecendo ferramentas para entendermos a reprodução como um trabalho. Procuramos demonstrar como as tarefas do cuidado estão amplamente relacionadas à maternidade e, provavelmente, foram naturalizadas como pertencentes à esfera feminina em decorrência do próprio trabalho reprodutivo.

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Biografia do Autor

  • Carolina Bernardini Antoniazzi, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Pesquisadora de mestrado pelo Departamento de Filosofia da USP, Orientadora: Silvana de Souza Ramos.

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Publicado

2021-12-21

Como Citar

Maternidade: uma forma de opressão?. (2021). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 39(2), 92-103. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p92-103