Subjetividade feminista em devir: a individualidade humana de Emma Goldman entre a filosofia e o teatro

Autores

  • Larissa Guedes Tokunaga Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p252-265

Palavras-chave:

Anarquismo, Feminismo, Filosofia, Teatro, Subjetividade

Resumo

O feminismo antipredicativo de Emma Goldman incita ao cotejo de seu prisma anarquista com o de uma filosofia de ontologia radical, uma transversalidade que resgata a matriz do ideário anarquista, a saber: o indivíduo. A partir do presente artigo, pretende-se realizar um diálogo entre o conceito de “individualidade humana” propugnado por Goldman e os ideários de Max Stirner e Henrik Ibsen, leituras de cabeceira da autora. A filosofia stirneriana, ao rechaçar as mediações externas, contribuiria para a valorização do “eu” enquanto bastião da revolta contra as instituições hegemônicas, ao passo que o teatro social moderno ibseniano estimularia a anarquista a entrever na arte um instrumento de consciência voltada à autonomia da mulher, a qual passaria a questionar sua objetificação e a se autogovernar enquanto ser humano. O devir, que imprimiria a marca de incongruência em relação a quaisquer modelos programáticos de insurgência, se consubstanciaria em um feminismo antipredicativo crivado pela filosofia e teatro dessubjetivadores/subjetivadores.

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Biografia do Autor

  • Larissa Guedes Tokunaga, Universidade de São Paulo

    Mestra em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades pelo Diversitas/USP, Doutoranda pelo mesmo programa e instituição, mediadora do grupo de estudos sobre Anarquismos, Feminismos e Masculinidades pelo Centro de Cultura Social (CCS) e pesquisadora associada ao grupo de estudos do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Anarquismo e Cultura Libertária (NEPAN - UERJ). Email: lariguetokunaga@gmail.com.

    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

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Publicado

2021-12-21

Como Citar

Subjetividade feminista em devir: a individualidade humana de Emma Goldman entre a filosofia e o teatro. (2021). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 39(2), 252-265. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p252-265