O consenso original em John Rawls: um ideal moral para uma sociedade democrática
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i17p57-78Palavras-chave:
Justiça , Equidade , PluralismoResumo
Uma teoria da justiça de John Rawls reorientou o pensamento filosófico ocidental, inaugurando um novo período de reflexões sobre o tema da justiça. Construída com o intuito de oferecer “uma” teoria, a obra não apresenta um objetivo dogmático, propondo
princípios de justiça, decorrentes de um acordo original hipotético, para constituir o que ele denomina de “justiça como equidade”, caracterizada pelo embasamento das regras do “justo” nas instituições. Através do “véu de ignorância” imposto aos participantes na
“posição original”, Rawls faz com que a elaboração de tais princípios seja fruto de um consenso racional entre os indivíduos, tentando atingir um ideal moral que sirva como alternativa para a doutrina utilitarista e como base para uma sociedade democrática justa.
A importância de toda a obra de Rawls pode ser avaliada pela enorme atenção e comentários recebidos nos meios acadêmicos, tornando-se responsável pelo renascimento das discussões em torno de problemas fundamentais relativos à ética e à filosofia política. Isso não impediu o surgimento de várias críticas ao pensamento do autor. O artigo objetiva demonstrar que a grande discordância e a veemência com a qual os críticos de Rawls atacam o argumento do consenso original não diminuem a importância de sua teoria.
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