Provar algo não significa convencer o público: lições de pensadoras ‘feministas’ do século XVII

Autores

  • Ilze Zirbel Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p190-202

Palavras-chave:

Filosofia Feminista , Querelle des Femmes , Igualdade de Gênero

Resumo

O presente artigo traz algumas reflexões da filósofa e feminista decolonial Elsa Dorlin sobre o que chamou de feminismo-lógico-filosófico do século XVII, presente nas posições de Marie de Gournay, Anna Maria Van Schurman, François Poullain de la Barre e Gabrielle Suchon.  Neste artigo, esse tipo de filosofia é classificado como lógico-igualitarista e recebe uma quinta representante: Mary Astell. Estas filósofas e la Barre defenderam uma igualdade entre os ‘sexos' por meio de argumentos lógicos que visavam demonstrar a igualdade como algo verdadeiro e irrefutável. É nossa intenção apresentar ao público brasileiro algumas das estratégias utilizadas por essas filósofas, e apontadas por Dorlin, no debate sobre a desigualdade ou igualdade entre os sexos. Por fim, focaremos nos motivos pelos quais as estratégias utilizadas não chegaram a atingir seu objetivo: um contexto de juízos e juízes corrompidos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ilze Zirbel, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professora do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina(CESUC). Doutora em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

AKKERMAN, Tjitske e STUURNAM, Siep. Perspectives on Feminist Political Thought in European History: From the Middle Ages to the Present. London: Routledge, 1998.

ASTEL, Mary. A Serious Proposal to the Ladies, part I, 1694. New York: St Martin's Press, 1986.

ASTEL, Mary. A Serious Proposal to the Ladies, part II, 1697. Londres: Pickering & Chatto, 1997.

ATACK, Margaret. “Writing from the center: Ironies of otherness and marginality”. In: EVANS, R. Simone de Beauvoir's The Second Sex: New Interdisciplinary Essays. Manchester University Press, 1998, pp. 31-58.

BROAD, Jacqueline. The Philosophy of Mary Astell: An Early Modern Theory of Virtue. Oxford University Press, 2015.

CONLEY, John J. “Marie Le Jars de Gournay (1565-1645)”. Internet Encyclopedia of Philosophy. s/d. Disponível em: . Acessado em junho de 2020.

DESNAIN, Véronique. “Gabrielle Suchon: a dangerous philosopher”. Dangerous Women project, 2017. Disponível em: <http://dangerouswomenproject.org/2017/01/20/4354/>. Acesso: junho de 2020.

DESLAURIERS, Marguerite. “Marie de Gournay and Aristotle on the Unity of the Sexes”. In: O’NEILL, E. e LASCANO, M. P. Feminist History of Philosophy. The Recovery and Evaluation of Women's Philosophical Thought. Springer International Publishing, 2019.

DETLEFSEN, Karen. “Custom, Freedom, and Equality”. In: SOWALL, Alice e WEISS, Penny A. Feminist Interpretations of Mary Astell. Pennsylvania State University Press, 2016.

DORLIN, Elsa. L'évidence de l'égalité des sexes. Une philosophie oubliée du XVIIe siècle. Paris: L’Harmattan, 2000.

FRAISSE, Geneviève. La sexuation du monde: réflexions sur l'émancipation. Paris: Les Presses, 2016.

GOURNAY, Marie le Jars de. Egalité des hommes et des femmes; Grief des dames; suivis du Proumenoir de Monsieur de Montaigne. Genebra: Librarie Droz, 1993.

KELLY, Joan. “Early Feminist Theory and the Querelle des Femmes: 1400–1789”. In: Women, History, Theory: The Essays of Joan Kelly. Chicago: University of Chicago Press, pp. 65-109, 1988.

MESQUITA, Cinelli Tardioli. “A Queixa das Damas”. In: Revista Pasmas, maio de 2019. Disponível em: <https://medium.com/pasmas/a-queixa-das-damas-7d285f5dc15>. Acesso: junho de 2020.

POULLAIN de la BARRE, François. De l'Egalité des deux sexes. Discours physique et moral où l ónt voit l'importance de se défaire des préjugez. Paris: Du Puis, 1673.

POULLAIN de la BARRE, François. Three Cartesian Feminist Treatises. Introductions and annotations by Marcelle Maistre Welch. Translation by Vivien Bosley. Chicago & London: The University of Chicago Press, 2002.

RANG, Brita. “A ‘learned wave’: women of letters and science from the Renaissance to the Enlightenment”. In: AKKERMAN, T. e STUURMAN, S. (eds.). Perspectives on Feminist political Thought in European History. Londres: Routledge, 1998.

ROVERE, Maxime. Arqueofeminismo: Mulheres Filósofas e Filósofos Feministas, sec. XVII-XIII. São Paulo: N-1 Edições, 2019.

SHAPIRO, Lisa. “Gabrielle Suchon’s ‘Neutralist’. The Status of Women and the Invention of Autonomy”. In: BROAD, J. e DETLEFSEN, K. Women and Liberty, 1600-1800: Philosophical Essays. Oxford University Press, 2017.

SOLTERER, Helen. The Master and Minerva. Disputing Women in French Medieval Culture. University of California Press, 1995.

SUCHON, Gabrielle. Traité de la morale et de la politique. Lyon: B. Vignieu, 1693.

ZERO HORA. “Confira a entrevista dada por Bolsonaro em 2014, citada pelo candidato no Jornal Nacional”. GZH eleições 2020. 04/08/2018. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/eleicoes/noticia/2018/08/confira-a-entrevista-dada-por-bolsonaro-em-2014-citada-pelo-candidato-no-jornal-nacional-cjkfdf5op00ns01muzcwifyo8.html> Acesso: 21 de abril de 2021.

ZIMERMMANN, Margarete. “Querelle des Femmes, querelles du livre”. In: COURCELLES, D. e JULIÁN, C. V. Des Femmes e des Livres. France et Espagne, XIVe – XVIIe siècle. Paris: École Nationale des Chartes, pp. 79-94, 1998.

ZIRBEL, Ilze. “O problema do padrão duplo de cidadania das teorias políticas modernas”. In: Psicanálise e Gênero. São Paulo: ANPOF, pp. 106-127, 2017.

Downloads

Publicado

2021-12-21

Como Citar

Provar algo não significa convencer o público: lições de pensadoras ‘feministas’ do século XVII. (2021). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 39(2), 190-202. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p190-202