Os dilemas da dependência e seus desdobramentos no processo de industrialização latino-americana
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v28i2p57-103Palavras-chave:
Burguesia Interna. Agro exportação. Industrialização. Dependência. Capitalismo Autônomo.Resumo
O desenvolvimento específico (sui generis) e dependente do capitalismo latino-americano conformou internamente uma dominação burguesa de caráter amalgamado, atrelando de maneira substancial a burguesia industrial à burguesia agroexportadora, e limitando assim qualquer possibilidade de desenvolvimento capitalista autônomo. Para demonstrar esta relação, este trabalho busca desvendar a objetivação do processo industrializante - e consequentemente da burguesia industrial - em países que tiveram um destacado desenvolvimento de sua atividade manufatureira ainda no fim do século XIX - México, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai. Mediante arcabouço teórico da Teoria Marxista da Dependência, ressalta-se sob quais bases a industrialização latino-americana teria se efetivado, revelando que o desenvolvimento do setor exportador seria o grande dinamizador da acumulação de capital destas economias até meados dos anos 1930. Por fim, tornar-se evidente como a estrutura da dependência permitiu o início de um processo industrializante submetido à exportação de produtos primários e, como isto, revelou tanto uma dependência do setor industrial a inserção latino-americana na Divisão Internacional do Trabalho, como também a associação subalterna das referidas burguesias à classe dominante hegemônica dos países centrais.