A passagem do todo ao tudo: nação e globalização
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v29i1p113-132Resumo
O propósito deste artigo é compor uma reflexão histórico-cultural a respeito das relações entre o nacional e o global enquanto emblemas da sociabilidade em uma situação de globalização. Com base na ideia de que tais relações podem ser captadas historicamente por meio da esfera da Política, o argumento desenvolve-se em três etapas fundamentais. Primeiro, há uma abordagem sintética e interessada de certas viradas semânticas por meio das quais o termo “nação” se ressignifi cou historicamente, culminando na emergência dos Estados nacionais no século XIX – em especial a partir do Risorgimento na Itália. Em seguida, recupera-se parte do longo debate a respeito das relações político-culturais entre memórias e esquecimentos compartilhados, na formação e consolidação de Estados nacionais. Uma terceira etapa é dedicada a mutações nas esferas pública e privada dentro dessa perspectiva. Com base nisso, por fim, é possível avançar e observar a relevância de transformações da Política no mundo contemporâneo para a inteligência de processos de globalização.