Imigração: identidade e território numa concepção de pós-modernidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v30i2p143-155Resumo
De modo geral, podia-se dizer que estudar imigração consistia em lidar com a imersão de uma determinada cultura numa outra, configurando uma situação com muitos desafios, tanto para o imigrante quanto para a comunidade receptora. No entanto, a atual configuração da sociedade mostra que essa concepção está mudada, pois tendo em vista um mundo no qual as identidades estão particularizadas, atravessadas pelas informações globais, e onde as distâncias estão cada vez menores, a identificação com a cultura nacional e, principalmente com o território, não está mais tão marcada nos indivíduos como nos séculos passados, inclusive naqueles que fazem parte dos fluxos migratórios. Neste prisma, a identidade não está mais determinada nos indivíduos como uma entidade rígida que representa um conjunto homogêneo de pessoas; atualmente, está marcada pela transitoriedade, isto é, pela instabilidade da rápida evolução que os meios de comunicação e mídias sociais imprimem à sociedade atual, na qual tudo está mais evidente, mais rápido, mais intenso e, sobretudo, individualizado. Analisando o caso de um refugiado sírio, este artigo estimula a reflexão sobre a identidade do migrante como uma ruptura do sentimento nacional e territorial, tornando-se individualizado em suas experiências individuais, inserida numa perspectiva de pós-modernidade.