Trajetórias profissionais de ex-normalistas do instituto de educação Rui Barbosa: a construção do exercicio docente (Aracaju-SE, 1920-1950)

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar as representações de ex-normalistas do Instituto de Educação Rui Barbosa, acerca da formação profissional e do ingresso na carreira do magistério. A pesquisa ' foi realizada através da coleta e análise de documentos oficiais e das histórias de vida de ex-normalistas que se formaram entre as décadas de 20 e 30, na referida instituição. Buscou-se apreender, durante a análise, aspectos relacionados ao processo de ingresso no curso normal; à duração e estrutura do curso; à convivência no espaço escolar entre professores e alunos; e, ao inicio da carreira docente. Foi possível perceber, através deste estudo, não somente as trajetórias individuais das ex-nomalisias do Instituto de Educação Rui Barbosa, mas também as vivências coletivas no espaço escolar — formação e exercício docente — e a inserção no mercado de trabalho das professoras primárias em Aracaju, no período estudado. O inicio das trajetórias profissionais das informantes está relacionado, principalmente, ao capital social e político de suas famílias. São três as possibilidades principais do ingresso no magistério em Sergipe, no período analisado: a ida para o interior, iniciando a carreira em escolas de primeira entrância (povoado); a espera de uma vaga na capital (enquanto aguardavam esta possibilidade, as ex-normalistas realizavam cursos dou trabalhavam em outras atividades): ou recebiam a nomeação para a escola desejada de presente na formatura. Todas as ex-normalistas, apesar das diferentes trajetórias vivenciadas no ingresso profissional, buscavam ascender na carreira e deixar o trabalho como professoras primárias através de cursos de aperfeiçoamento, especialização ou graduação. As ex-normalistas deste estudo, que durante a formação profissional vestiram-se de "azul c branco", estudaram no Instituto de Educação Rui Barbosa. instituição rigorosa, exigente e seletiva, conseguiram através do ingresso no magistério e da ascensão na carreira, atingir uma relativa independência social e econômica, desafiando o estereótipo da "normalista espera-marido".