Migrações do século xxi: novas perspectivas

Autores

  • Leda Maria de Oliveira Rodrigues Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v30i2p124-142

Palavras-chave:

Imigração do século XXI; Transformações sociais; Globalização; Imperialismo; Preocupações geopolíticas

Resumo

O tema deste artigo tem sua origem em estudos realizados sobre a imigração atual para o Brasil.  Partindo de algumas entrevistas com imigrantes atuais, oriundos da América do Sul, África, Ásia, Caribe, Oriente Médio e de outras localidades, observamos que a imigração atual não se trata mais de uma imigração laboral, simplesmente. Assim, considerando nossos dados e estudos priorizamos alguns autores que discutem outras possíveis formas de analisar e explicar a imigração hoje. Se a imigração não tem mais como razão fundamental o trabalho, o que então levaria os agentes a migrarem? Se outrora o trabalho foi uma das causas principais da imigração e hoje não mais, quais outros aspectos sociais poderiam ocasionar as imigrações contemporâneas, e como podemos, atualmente, analisar a imigração que por si só já é um elemento fundamental para a compreensão das sociedades que passaram e passam por esse processo. Partimos do trabalho de Castles (2010) que analisa a ideia de que a imigração não pode ser vista apenas como um problema sociológico; desenvolve a ideia de que esse é um fenômeno que envolve aspectos sociais, econômicos, políticos e, atualmente, problemas geopolíticos e fronteiriços. Não que esses dois últimos aspectos não fossem características de outros momentos migratórios, mas atualmente, com o avanço de um “novo imperialismo” (Harvey, 2008) impôs-se a ideologia de que não se trata de imperialismo e, sim, de um mundo globalizado no qual, teoricamente, as fronteiras não devem existir, ao menos no que diz respeito ao capital financeiro e às diversas formas de “acumulação” do capital. Mas as fronteiras continuam a existir para a “imigração não desejada” (Sayad; Bourdieu, 1998) e aí se impõem as preocupações geopolíticas. Segundo Castles (2010), na busca de uma teoria que pudesse vir a responder as razões das imigrações, aponta a insuficiência de uma só área de estudo para esse fenômeno. Afirma ser preciso considerar a pesquisa sobre imigração como um fenômeno social mais abrangente. Deve-se considerar a interdisciplinaridade para se ter uma visão da totalidade do fenômeno respondendo, por que o agente social migra dentro desse contexto atual? Certamente não são as mesmas razões que impulsionaram as migrações dos séculos passados e, se as razões mudaram, temos que responder por quê? E quais são as novas motivações. Isso implica ter em consideração as ideias de neoliberalismo do século XXI e de globalização (Harvey, 2008) nas quais o mundo se insere na atualidade. Seriam as próprias transformações sociais que estimulam e mantêm os movimentos migratórios atualmente? O artigo busca apontar algumas das transformações sociais e suas supostas relações com a imigração para o Brasil.

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Biografia do Autor

  • Leda Maria de Oliveira Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Departamento de Fundamentos da Educação, PEPG em: Educação, História, Política, Sociedade - PUC-SP.

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Publicado

2020-04-23

Como Citar

Migrações do século xxi: novas perspectivas. (2020). Cadernos CERU, 30(2), 124-142. https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v30i2p124-142