Ilê da oxum apará: identidade, memória e afrocentricidade

Autores

  • Otair Fernandes Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Luís Cláudio de Oliveira Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v33i1p64-90

Palavras-chave:

Ilê da Oxum Apará, Identidade e memória, Patrimônio cultural, Jair de Ogum

Resumo

O presente trabalho consiste em um estudo exploratório sobre os Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (PCTMA), os terreiros de candomblé, no campo das políticas de patrimônio cultural. Pretende uma abordagem preliminar sobre os aspectos que evidenciam a construção identitária da prática cultural do terreiro de candomblé Ilê da Oxum Apará, localizado na cidade de Itaguaí/RJ, como território político-mítico-religioso, que afirma um patrimônio simbólico dos grupos e etnias africanas no Brasil a partir do legado e da memória do seu fundador Babalorixá Jair de Ogum (falecido em 31 de agosto de 2020). Para tanto, com base em entrevista realizada com os atuais mantenedores do lugar e uma bibliografia especializada sobre o assunto, assumimos o posicionamento político de repensar o lugar epistêmico e social da cultura negra ou de matriz africana na sociedade brasileira, numa perceptiva decolonial e afrocêntrica.

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Publicado

2022-06-13

Como Citar

Ilê da oxum apará: identidade, memória e afrocentricidade. (2022). Cadernos CERU, 33(1), 64-90. https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v33i1p64-90