Paulo Freire: um olhar de amorosidade para a educação escolar indígena

Autores

  • Josélia Gomes Neves Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v26i2p121-133

Palavras-chave:

Paulo Freire, Educação escolar indígena, Povos indígenas, Resistência, História

Resumo

Este artigo resultou da análise do documento “Um diálogo com Paulo Freire sobre educação indígena”, que reproduz um diálogo do educador de 1982 na 8ª Assembleia Regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A análise documental foi o procedimento metodológico adotado neste estudo. Dentre outras questões, tal método permitiu compreender o pensamento fronteiriço de Paulo Freire por meio da articulação entre classe e etnia. De forma geral, o encontro propiciou uma importante reflexão sobre a alteridade e pontuou considerações e perguntas próprias das vivências dialógicas e do enfrentamento de tensões entre culturas assimétricas. Embora Paulo Freire tenha afirmado não ser especialista no tema, ele discutiu questões acerca da condição de opressão das pessoas nestes contextos e, assim, interpretou comportamentos de resistência e sugeriu caminhos emancipatórios.

 

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Biografia do Autor

  • Josélia Gomes Neves, Universidade Federal de Rondônia

    Doutora em Educação Escolar pela Unesp. Professora de Licenciatura em Educação Básica Intercultural e do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Unir. Líder do Grupo de Pesquisa em Educação na Amazônia (GPEA).

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Publicado

2022-07-14

Edição

Seção

Dossiê 100 Anos de Paulo Freire

Como Citar

Paulo Freire: um olhar de amorosidade para a educação escolar indígena. (2022). Comunicação & Educação, 26(2), 121-133. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v26i2p121-133